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Sinopse

O cientista Stromberg atrai submarinos nucleares, ameaçando a paz mundial, por meio de uma parafernália eletrônica. Bond tem de enfrentar o temível Dentes de Aço no caminho para frustrar os planos do megalomaníaco.

Crítica

Primeiro longa-metragem do icônico agente britânico 007 não baseado em um livro de Ian Fleming – ainda que tenha recebido o título de uma das obras do autor – 007: O Espião Que me Amava (1977) é a 10ª produção da série protagonizada por Bond, James Bond, e a terceira na qual o ator Roger Moore o interpreta. Como nos capítulos anteriores, trama e estética estão a serviço de uma paródia do gênero que serve como desculpa para que dublês, designers de produção e arte e muitos efeitos visuais sejam as verdadeiras estrelas, assim como os patrocinadores do filme.

Quando um submarino nuclear pertencente aos governos britânico e russo desaparece, o agente secreto James Bond é designado a unir forças com sua contraparte na União Soviética, a major Anya Amasova, para investigar o caso. O trabalho da dupla, interrompido ocasionalmente por flertes e investidas sexuais, a direciona ao magnata Karl Stromberg, que tem um plano de destruir a vida na superfície terrestre e criar um reino submerso.

O terceiro Bond de Moore é definitivamente seu melhor. Depois da pouca inspirada investida ao personagem em 007 Contra o Homem Com a Pistola de Ouro (1974), Cubby Broccoli (produzindo 007 pela primeira vez ao lado de Harry Saltzman) decidiu retomar a aproximação mais ousada de filmes como 007 Contra Goldfinger (1964) e Com 007 Só Se Vive Duas Vezes (1967). O resultado é ora divertido, ora controverso, numa aventura que entretém facilmente, ainda que coloque Bond em situações que ultrapassam alguns limites do clichê.

Dentro do imaginário de 007, O Espião Que Me Amava se insere perfeitamente bem em praticamente todos os preceitos da série – basicamente um retorno a Com 007 Só Se Vive Duas Vezes, também dirigido por Lewis Gilbert. Temos mais uma vez um vilão caricato apresentado numa perspectiva maniqueísta, uma série de exóticas locações, surpresas e um clímax pontualmente inseridos, sets brilhantemente construídos por Ken Adam e uma Bond Girl memorável e sexy interpretada por Barbara Bach.

A ação é razoavelmente funcional, desde a clássica abertura numa caçada sobre esquis até a luta de Bond com Dentes de Aço em ruínas egípcias, assim como a obrigatória perseguição automobilística que desta vez termina com o Lotus Esprit do espião se transformando em um submarino. A maior parte das sequências foi desenvolvida em um tanque criado especificamente para o filme nos estúdios da Pinewood na Inglaterra, o que garante alguma autenticidade e amplifica o valor das cenas de aventura – algo que também é garantido pela canção Nobody Does It Better na voz de Carly Simon, indicada ao Oscar.


007: O Espião Que Me Amava tem seus momentos – Richard Kiel com sua presença robótica apresenta uma química perfeita com Moore – mas o restante parece desesperadamente fraco. O apático Stroberg de Curt Jurgens e a maioria dos efeitos especiais são risíveis – considerando que estes últimos foram apresentados no mesmo ano do lançamento de Star Wars (1977). Ainda assim, a aproximação mais leve de Roger Moore para um personagem já tão consagrado e inesquecível, sua canastrice inerente e um roteiro com falas à sua altura, garantem alguma diversão para o espectador, que em alguns momentos pode até mesmo se esquecer da ausência de Fleming.

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é crítico de cinema, membro da ACCIRS - Associação de Críticos de Cinema do Rio Grande do Sul. Graduado em Publicidade e Propaganda, coordena a Unidade de Cinema e Vídeo de Caxias do Sul, programa a Sala de Cinema Ulysses Geremia e integra a Comissão de Cinema e Vídeo do Financiarte.
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