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Crítica


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Sinopse

Um influente traficante de drogas mata um casal de amigos de Bond. Em busca de vingança, o agente secreto parte para uma revanche pessoal. M o convoca à base e retira sua licença para matar. Todavia, o 007 desobedece as ordens e se infiltra na organização do bandido, com a ajuda de um funcionário da CIA.

Crítica

Em sua segunda investida como James Bond, Timothy Dalton trabalha por conta própria e acima do serviço secreto britânico na continuação imediata de 007 Marcado Para a Morte (1987). Quinto filme (da série oficial) dirigido consecutivamente por John Glen para a franquia, este é o primeiro que não se vale do título de uma história de Ian Fleming, ainda que seja inspirado por elementos de um romance e dois contos escritos pelo autor. Mais sombrio e violento que seus antecessores, eis um marco entre tantas esquecíveis produções protagonizadas pelo icônico personagem.

Na companhia de seu amigo, o agente norte-americano Felix Leiter (David Hedison), Bond se envolve numa operação para prender o magnata da cocaína Franz Sanchez (Robert Davi), numa intrincada performance aérea nas paisagens naturais das Bahamas. Quando o traficante escapa da prisão, no entanto, Leiter e sua esposa são as primeiras vítimas, e o agente britânico decide buscar vingança – mesmo contra a ordem do MI6 e destituído de sua permissão para matar. Mais próximo da visceralidade e humor espontâneo de Máquina Mortífera (1987) e Duro de Matar (1988) do que de seus precursores, este 007 desvia de supostas regras da série para apostar em algumas reinvenções que se mostram ainda efetivas para novos espectadores.

Cada vez mais distante da caricatura de si mesmo que o Bond de Roger Moore se tornara, Dalton entrega uma performance intensa. Proveniente do teatro clássico britânico, o ator reitera a faceta sanguinária de Bond num universo corrupto, sem abdicar da vulnerabilidade que humaniza o personagem. Seu Bond leva o espectador de volta aos anos de ouro em que Sean Connery viveu o agente nos inesquecíveis 007 contra o Satânico Dr. No (1962) e Moscou Contra 007 (1963). As atrizes Carey Lowell e Talisa Soto funcionam como os contrapontos femininos para comporem o obrigatório triângulo amoroso do filme, porém a grata surpresa do elenco é Benicio Del Toro em um de seus primeiros papeis, como o psicótico Dario, capanga de Sanchez.

Há pouco tempo em 007: Permissão Para Matar dedicado ao costumeiro arsenal de armas e gadgets apresentados na franquia, o que garante a ação desenfreada e bem orquestrada por Glen – já escolado na função. Uma envolvente perseguição com um caminhão carregado de petróleo e um helicóptero garante o clímax do filme, numa atmosfera inspirada pela tensão de O Salário do Medo (1953) e replicada anos mais tarde em True Lies (1994). 007: Permissão Para Matar intensifica a brutalidade e maturidade na saga de Bond e permanece como uma das mais memoráveis aventuras do agente secreto mais amado do cinema.

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é crítico de cinema, membro da ACCIRS - Associação de Críticos de Cinema do Rio Grande do Sul. Graduado em Publicidade e Propaganda, coordena a Unidade de Cinema e Vídeo de Caxias do Sul, programa a Sala de Cinema Ulysses Geremia e integra a Comissão de Cinema e Vídeo do Financiarte.
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