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Sinopse

Caesar precisa manter a paz entre humanos e macacos depois de derrotar os opressores. No entanto, a visão diferente do general Aldo provoca uma guerra civil entre os símios.

Crítica

Continuando na cadeira de diretor depois de comandar o apenas mediano filme antecessor, A Conquista do Planeta dos Macacos (1972), J. Lee Thompson retorna com este A Batalha do Planeta dos Macacos (1973). O longa repete o erro do segundo filme da franquia, De Volta ao Planeta dos Macacos (1970), e peca pela falta de uma trama, soando mais como um epílogo muito inchado do que um longa-metragem que deveria se sustentar sozinho. O que, aliás, não acontece.

Pulando mais doze anos no tempo, agora o roteiro apresenta uma cidade onde macacos e humanos convivem quase pacificamente, embora estes últimos sejam submissos aos símios. Infelizmente, a subdivisão de gorilas representada por Aldo (Claude Akins), responsável pela área militar do local, não concorda totalmente com o comando de César (Roddy McDowall), que mantém, entre outras, a amizade fixada anteriormente com MacDonald (Austin Stoker, substituindo o irmão Hari Rhodes no papel). Enquanto isso, os humanos sobreviventes da guerra nuclear que se instalou após a rebelião dos macacos descobrem a existência da cidade e resolvem atacá-la como vingança. O que deixa César cercado por ataques internos e externos.

Porém, se a ideia deveria parecer boa no papel, na execução se mostra obtusa. Um motivo inverossímil é que leva os protagonistas a irem até a cidade destruída, o que acaba despertando a ira dos humanos – e perceba que tem de ser um tropeço e tanto para se usar “inverossímil” para falar de um filme sobre macacos que falam. Já o plot de Aldo é ainda pior, uma vez que se pode prever seu desfecho desde a introdução do personagem, onde é literalmente mostrado como o clássico aluno rebelde. O valentão se revela uma tola alusão aos despóticos líderes militares que suprimem o conhecimento em prol da força bruta como forma de governo. O que aponta uma triste decadência na análise política da série, que mesmo no fraquíssimo De Volta ao Planeta dos Macacos trazia uma interessante crítica à Guerra Fria.

Fora isso, o César pacifista visto aqui simplesmente não é mais o interessante personagem em conflito interno que salvava A Conquista do Planeta dos Macacos de um fracasso narrativo parecido. Passivo a maior parte dos fatos, o protagonista age apenas nos minutos finais quando também seria incompreensível a sua falta de ação. E uma vez que não existem personagens secundários mais interessantes – MacDonald também perde seus conflitos e vira um pária – fica difícil manter qualquer interesse.

A verdade é que este longa só existe para dar cabo das pontas deixadas no ar pelo filme anterior e, tendo em vista que nem ele era lá muito necessário, a série Planeta dos Macacos poderia e deveria ter sido encerrada com o impactante desfecho do ótimo Fuga do Planeta dos Macacos (1971), terceiro filme dentre os cinco. Seria melhor do que ter finalizado com esta sonolenta produção que parece até mesmo se manter distante dos méritos técnicos apresentados anteriormente, entregando um design de produção pobre e sem criatividade. E pensar que o elenco conta ainda com pequenas participações dos John’s Landis e Huston.

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é formado em Produção Audiovisual pela PUCRS, é crítico e comentarista de cinema - e eventualmente escritor, no blog “Classe de Cinema” (classedecinema.blogspot.com.br). Fascinado por História e consumidor voraz de literatura (incluindo HQ’s!), jornalismo, filmes, seriados e arte em geral.
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