A Bruta Flor do Querer
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Andradina Azevedo, Dida Andrade
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A Bruta Flor do Querer
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2013
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Brasil
Crítica
Leitores
Sinopse
A Bruta Flor do Querer tem como protagonista Diego. Recém-formado em cinema, mas longe de conseguir uma posição no mercado, ele se vê obrigado a registrar casamentos para sobreviver. Enquanto tenta começar o seu primeiro filme, precisa encarar seus medos.
Crítica
Andradina Azevedo e Dida Andrade foram colegas de faculdade, e ainda na condição de estudantes realizaram suas primeiras experiências cinematográficas, como os curtas Para que não me ames (2008), premiado no 16° Mix Brasil, e A Triste História de Kid Punhetinha (2012), premiado no 40° Festival de Gramado, entre outros. Estes trabalhos iniciais demonstravam um senso de humor particular, por vezes aguçado na ironia, em outras tantas disperso em seus interesses, mas ainda assim efetivo. Após estes reconhecimentos, nada mais natural que a dupla decidisse investir num longa-metragem. No entanto, ao invés de servir como atestado de maturidade – pessoal e profissional – A Bruta Flor do Querer beira o constrangimento, principalmente por indicar que os realizadores, ao invés de se arriscarem criativamente ao disporem de mais tempo e espaço para justificar seus discursos, os desperdiçam em brincadeiras misóginas, clichês contemporâneos e recursos ultrapassados.
O protagonista de A Bruta Flor do Querer é Diego, vivido pelo próprio Dida Andrade – seu melhor amigo em cena, obviamente, é interpretado por Azevedo. Os dois assumem, além da direção e elenco, as funções de produtores e roteiristas. A história do cinema, no entanto, nos revela que são poucos os artistas multifacetados, como Clint Eastwood, que conseguem manejar tantas atribuições numa mesma obra. E este, definitivamente, não é o caso. Como resultado, temos dois aventureiros, longe de serem bons atores, carentes de uma maior ousadia narrativa, donos de um texto pobre e sem o menor rebuscamento. Eles apresentam um projeto que, como todo, demonstra evidentes deficiências, sejam nos cenários, figurinos, locações, captação de som, música e fotografia. Enquanto experimento talvez até possua algum valor, até mesmo por indicar os caminhos que essa nova geração de cineastas formados pelas grandes e prestigiosas faculdades – e pouco afeitos ao exercício do fazer reflexivo e selvagem – estão seguindo, mas como obra independente e com algo válido a ser dito está longe.
Diego é um jovem cineasta desiludido com a profissão. Porém, como é a única coisa que sabe fazer, segue trabalhando como cinegrafista em casamentos e aniversários. Ao mesmo tempo em que lamenta suas mágoas e frustrações, nutre uma paixão platônica pela vendedora de um sebo de livros. Dividido em quatro segmentos – O Câmera-Man; Diana; A Vida é um Constante Ato de Sobrevivência; e A Queda – A Bruta Flor do Querer soa previsível desde a escolha destes subtítulos, que servem apenas para antecipar ao público o que será apresentado a seguir. A fórmula não agrega nenhuma surpresa: conhecemos o personagem principal e seu cotidiano cinzento; somos apresentados ao seu objeto de paixão; a busca por motivações para cumprir seus intentos é tão óbvia quanto malsucedida; e, por fim, percebemos que o cortejo dá errado, obrigando-o a encontrar novos motivos para seguir adiante. Se o roteiro é frágil, os atores inexperientes e os realizadores ingênuos, o pior mesmo são escolhas equivocadas que permeiam, praticamente, toda a obra.
A dupla de diretores é pouco ciente do alcance que o filme que assinam poderia ter, e justamente por isso não hesitam em provocar cenas de constrangimento alheio. A nudez – masculina e feminina – é utilizada sem parcimônia, porém nunca justificada. Os embates pseudofilosóficos dos protagonistas beiram o risível, e suas angústias e indecisões parecem mais fruto de uma existência mimada e longe da realidade. Se estes são os jovens de hoje, é de se lamentar o futuro que está sendo construído. Mas o pior é a ausência e elementos que possibilitem um diálogo entre o que está em cena com a vida real – ou seja, com quem está no lado de cá da tela. E uma vez que esta conexão não se estabelece, tudo o que temos é o vazio. Ausente de significados e de ambições, A Bruta Flor do Querer não pode nem mesmo ser considerado mais do mesmo pois, para isso, precisaria melhorar muito.
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Grade crítica
Crítico | Nota |
---|---|
Robledo Milani | 2 |
Alysson Oliveira | 1 |
Chico Fireman | 1 |
Bianca Zasso | 2 |
MÉDIA | 1.5 |
Sr. Milani, sua critica é um absurdo. Sr. Souza, queira assistir o filme, antes de fazer este comentário infeliz. Ótimo filme, dois diretores incríveis. Quando o publico entender que é um filme dentro de outro. Vale apena verificar, não leve o critico como o senhor da verdade.
Jorge de Souza, do mesmo jeito que vc não acredita em Festivais (acho justo) não acredite também em críticos. Vá ver o filme faça sua crítica por si. Prestigie um cinema nacional diferente, fora do eixo, sem jabá. Fazer arte no Brasil é difícil e do jeito que esses rapazes fizeram mais ainda, só isso vale a vista. Crítica esclarecedora? Desde quando uma crítica tem poder de esclarecer algo?
Recentemente li na revista Zoom uma reportagem sobre esse filme, que inclusive ganhou premio em gramado etc, etc. Por essas e outras é que não acredito em certos festivais de cinema, parabéns pela crítica esclarecedora.