Crítica
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Sinopse
A família Makarewicz muda-se para uma pequena e encantadora cidade na Mazúria. Com sua chegada, pessoas começam a morrer em circunstâncias inexplicáveis. A atmosfera se torna mais densa a cada cena. O motor da tensão é a investigação conduzida por dois policiais. Apesar disso, cadáveres continuam surgindo e as inocentes vítimas desaparecem como se o chão se abrisse sob elas. A ação, rápida e cheia de inesperadas reviravoltas, vai revelando, a cada fragmento, um obscuro segredo.
Crítica
Comédia de humor sombrio, Canção de Ninar é um título bastante curioso e divertido, dirigido pelo veterano cineasta polonês Juliusz Machulski. Conhecido por filmes com senso de humor peculiar, o diretor conta a história de uma família excêntrica, os Makarewicz, que se muda para um vilarejo ermo, onde começam a acontecer estranhos desaparecimentos. O carteiro some, uma assistente social também, assim como o padre e o coroinha da cidade. A polícia tenta descobrir o que acontece, mas sem muito sucesso. O espectador, no entanto, sabe bem o destino de todas essas pessoas: o porão da casa dos Makarewicz. Eles, na verdade, são vampiros e precisam se alimentar do sangue dos moradores da região. Mas não se assuste. Mesmo sendo um bando de sugadores, os membros daquela família têm mais chance de fazer o público rir do que temer.
O estilo de humor de Canção de Ninar lembra muito outro título vampiresco de um autor também polonês: Roman Polanski. Em A Dança dos Vampiros (1968), o cineasta mostrava, de forma muito bem-humorada, dois caçadores destes seres da noite se envolvendo com as criaturas em uma estalagem fria e afastada. O humor um tanto ingênuo e a comédia física daquele título se repetem nesta obra de Machulski. Outra influência possível de comparação é um tanto óbvia, mas deve ser apontada: os Makarewicz lembram, de certa forma, a Família Addams. Até o tema musical do longa-metragem, composto por Michal Lorenc, apresenta certa semelhança com a clássica música dos Addams.
De bons momentos cômicos, Canção de Ninar tem algumas gags engraçadas, como a fuga do padre de seu calabouço, o menino da família que teme ser o filho do demônio e a avô dos Makarewicz, que está perdendo os dentes e se vê obrigado a chupar o sangue com canudinhos. O elenco embarca no clima farsesco empregado por Machulski, com destaque para o trio principal da família: o citado avô, interpretado por Janusz Cabior, seu filho, vivido por Robert Wieckiewickz, e sua esposa, a atriz Malgorzata Buczkowska.
Aqui e ali, Machulski tece algumas críticas à força policial e à fé do padre e do coroinha. Mas é tudo muito ameno. Neste título, o cineasta está mais preocupado em fazer o público rir com situações excêntricas, pouco afeito a embarcar em águas mais profundas. Com direção de arte caprichada e algumas cenas com efeitos visuais bem realizados – como as diversas sequências em que os Makarewicz tocam sua canção de ninar – o longa-metragem polonês tem tudo para agradar fãs de um humor menos histérico, mais sombrio.
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