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Sinopse
A Dança da Vida: Narra as percepções de distintos grupos de idosos sobre sua sexualidade, seus hábitos e os lugares que frequentam. São apresentadas também as reflexões e os questionamentos que surgem com a chegada dessa etapa da vida. De Juan Zapata.
Crítica
Embora o nome A Dança da Vida” sugira dançar (e o documentário é conduzido através de um baile), o tema é outro, bem mais íntimo e muito pouco conhecido para a maioria: Sexualidade na Terceira Idade. O mais desinformado talvez pense, “mas eu nem sabia que eles faziam”.
Bem, durante os 80 minutos de duração alguns personagens revelam muito mais do que fazer ou como fazer. Apresentam a sua sexualidade, seus hábitos e os lugares que frequentam, revelando suas intimidades para uma câmera predominantemente fixa. O diretor Juan Zapata, colombiano de 31 anos que, antes de Porto Alegre, morou em Cuba, apostou na realização com recursos próprios. Em sua busca encontrou vários personagens com liberdade para falar. A equipe, na maioria das vezes, foi formada apenas pelo diretor. Isso é claro que acaba se refletindo em detalhes importantes como fotografia e captação de áudio. Não é para menos. Na produção independente ou se segue em frente ou se espera por recursos que talvez não cheguem tão cedo. No caso do realizador não se cogita esperar. Entram os amigos, colegas e quem mais puder ajudar para que o filme aconteça.
Mas vamos voltar ao filme.
Em 2005, investigando em um asilo uma história de amor caliente, o diretor descobriu que não existiam referências sobre o assunto. Abandonou o roteiro que originalmente seria de ficção e decidiu que um documentário seria a melhor forma para mostrar esta realidade. Elaborou como fio condutor da narrativa um baile dançante que faz sucesso entre o público alvo. Nele estão tipos característicos, como um amante bom de dança e de papo, grupos de senhoras, casais cheios de amor para dar e gente fazendo juras de amor. Fora do baile temos outros tipos com perfis mais notórios: solteiros, viúvos, conservadores, liberais, um homossexual e uma bissexual.
Nem todos os entrevistados do filme já atingiram a terceira idade, mas fazem projeções do que esperam que aconteça. Um dos entrevistados evidenciou-se pela naturalidade e clareza dos pensamentos. O chaveiro “Zé Bonzinho”. Talvez o mais simpático personagem do filme.
Importante salientar o esforço do realizador e equipe na distribuição de A Dança da Vida. O filme esteve nos cinemas da capital gaúcha e pelo interior do RS, além de São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília, Fortaleza, Florianópolis, Equador, Colômbia, Chile, Uruguai, México, Equador, Bolívia, Nicarágua, Espanha e Argentina, sessões na TVCOM, no Canal Brasil e ainda na Internet através do portal Terra. Segundo Juan Zapata, é “uma tentativa de buscar novas formas de exibição”.
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