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Crítica


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Sinopse

As Barden Bella entram numa competição mundial de canto à capella. Nenhuma equipe norte-americana venceu a competição desde que ela foi criada.

Crítica

Quando A Escolha Perfeita foi lançado em 2012, era fácil identificar o sucesso que o filme alcançou. Seguindo a linha de Missão Madrinha de Casamento (2011), a produção poderia ser descrita como um "bromance às avessas", já que no lugar de rapazes vivendo situações constrangedoras com a amizade como pano de fundo, aqui temos meninas como protagonistas. Não bastasse isso, havia um tom do seriado Glee na sua melhor fase, lá no início, quando o humor e os momentos musicais estavam em sincronia. Agora com Elizabeth Banks fazendo sua estreia na direção de longas, até poderia haver receio no que poderia vir. Afinal, que história contar? Mas A Escolha Perfeita 2 mantém o nível cômico elevado, assim como  vai além na história da protagonista.

Já foram três anos desde a liderança das Barden Bellas no campeonato nacional de à capela. Três vitórias consecutivas. Mas uma (hilária e) vergonhosa apresentação para o presidente dos EUA (o próprio Obama mesmo) acaba deixando o grupo na berlinda na faculdade. A equipe só poderá continuar existindo se conquistar o mundial, tendo que enfrentar os alemães favoritos da disputa. Em paralelo, Beca (Anna Kendrick) tem que conciliar seu estágio em uma gravadora com seu trabalho com as amigas, ao mesmo tempo em que uma novata (Hailee Steinfeld) se integra às meninas, já que sua mãe foi uma Bella original.

Não há grandes inovações nesta continuação. E nem deveria ser esperado, já que a produção não quer mudar a vida de ninguém. É puro entretenimento, o que é garantido não só pelas músicas - que incluem Doo Wop (That Thing), de Lauryn Hill, e This is How We Do It, de Montell Jordan e homenagens a divas de diferentes épocas, de Tina Turner a Beyoncé -, como também ótimas sacadas. Beca tendo crises de identidade sexual quando discute com sua adversária alemã é um dos pontos altos, assim como o chefe do estúdio de gravação ser um irritado sem paciência nenhuma que troca o nome de todo mundo. Nada fora do clichê, mas algo que funciona. O que não pode ser dito de Rebel Wilson, que continua no humor físico com sua Fat Amy. Ok que a personagem já era assim, mas piada com gordura tem limite e está na hora da atriz mostrar ser mais versátil que isto.

Apesar de não haver grandes aprofundamentos, é interessante ver que o filme se adequa à sua realidade, mostrando o fim de uma era (afinal, as garotas já estão se formando), como elas lidam com o futuro que vem pela frente, a passagem para uma nova geração e, é claro, a amizade formada pelo girl power, que faz o filme andar. Ainda bem que Hollywood cada vez dá mais espaço para comédias de verdade estreladas por meninas, e não apenas comédias românticas, algo que tomava conta das telas nos anos 1990 e 2000. Não que tenha pouco romance desta vez, mas o espaço é bem menor. O negócio é entrar no clima e sair cantarolando ao final do longa. Afinal, nem todos filmes podem ser lembrados após uma sessão, mas alguns clássicos que estão aqui grudam como chiclete. Daqueles difíceis de jogar fora.

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é crítico de cinema, apresentador do Espaço Público Cinema exibido nas TVAL-RS e TVE e membro da ACCIRS - Associação de Críticos de Cinema do Rio Grande do Sul. Jornalista e especialista em Cinema Expandido pela PUCRS.
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