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Sinopse

Caco e Fozzie são irmãos gêmeos (mesmo que um seja sapo e o outro urso). Eles trabalham como jornalistas e Gonzo os acompanha fazendo fotografias para ilustrar as matérias. Os três são enviados à Inglaterra para cobrir um caso.

Crítica

Com o enorme sucesso que faziam na TV, os Muppets ganharam uma oportunidade para divertir o público no cinema em Muppets: O Filme (1979), longa que contém brilhantemente todo o humor e o carisma de Kermit, Miss Piggy e companhia. Mas as aventuras dos personagens em película não pararam por aí, afinal a primeira empreitada foi tão bem sucedida que produzir um novo filme foi inevitável. Seu criador, Jim Henson, os levou novamente às telonas neste A Grande Farra dos Muppets (1981) que, apesar de ser um pouco inferior ao antecessor, ainda se mostra um belo exemplar dentro da franquia.

Escrito por Tom Patchett e Jay Tarses, em parceria com Jerry Juhl e Jack Rose, A Grande Farra dos Muppets traz Kermit, o urso Fozzie e Gonzo como repórteres. No entanto, o trio não é muito bom no trabalho, considerando que enquanto a notícia do momento é o roubo das joias de Lady Holiday (Diana Rigg), a designer de moda mais famosa de Londres, eles preferem dar atenção aos gêmeos que integraram a redação de seu jornal, ou seja, os próprios Kermit e Fozzie. Mas, de qualquer maneira, eles decidem ir a Londres para entrevistar Lady Holiday e acabam confundindo-a com sua secretária, Miss Piggy, por quem Kermit obviamente se apaixona. É então que o ladrão, Nick Holiday (Charles Grodin), rouba a designer (sua irmã) novamente.

Desde o início, o roteiro utiliza várias marcas registradas do universo Muppets, sendo que as mais evidentes são a ingenuidade dos personagens e o uso da metalinguagem. É fácil, por exemplo, rir nos momentos em que todos demonstram a noção de participar de um filme (a cena em que Kermit aponta o exagero na atuação de Miss Piggy é uma sacada particularmente inspirada, assim como quando Kermit, Fozzie e Gonzo acham que terão comida no precário Hotel da Felicidade). Jim Henson - na única vez em que assumiu a cadeira de diretor num filme de suas criaturas - conduz a narrativa com um timing cômico perfeito, já que as piadas, principalmente as metalinguísticas, surgem de maneira orgânica. Contudo, às vezes o roteiro falha ao repetir em demasia algumas gags (mais especificamente aquela em que os personagens são prensados na parede por uma cama), mas nem isso se revela suficiente para atrapalhar a diversão.

Diversão esta que é alimentada, ainda, por números musicais típicos dos Muppets, com canções que colocam um sorriso no rosto do público facilmente, como “Hey A Movie!”, que abre o filme, e “Happiness Hotel”. Méritos de Joe Raposo, que escreveu as letras de todas elas. Isso torna quase perdoável que alguns dos números em si não sejam tão interessantes, como aquele em que Kermit deixa claro estar apaixonado por Miss Piggy. Enquanto isso, em termos de história, A Grande Farra dos Muppets é um pouco previsível, algo que acaba em segundo plano, por conta do entretenimento que o filme proporciona. Com ótimas participações especiais de atores famosos (John Cleese, por exemplo, aparece em uma das sequências mais engraçadas do filme), A Grande Farra dos Muppets faz jus aos seus adoráveis personagens e a todo o universo do qual eles fazem parte. É uma produção carregada por uma doce sensação de nostalgia que apenas figuras como os Muppets poderiam nos dar.

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é crítico de cinema, formado em Produção Audiovisual na ULBRA, membro da SBBC (Sociedade Brasileira de Blogueiros Cinéfilos) e editor do blog Brazilian Movie Guy (www.brazilianmovieguy.blogspot.com.br). Cinema, livros, quadrinhos e séries tomam boa parte da sua rotina.
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