Crítica
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Sinopse
Fã de luta livre, Leo acompanha as lutas e sonha em se tornar um astro da modalidade. Um dia, ao fugir de três garotos que o infernizam no colégio, encontra por acaso uma máscara mágica de luta livre que concede poderes a quem a use. Com ela, decide se inscrever em um torneio no qual o grande vencedor terá a chance de se tornar um lutador profissional e ainda ganhará US$ 50 mil, quantia mais que suficiente para sanar as dívidas do pai.
Crítica
Em sua busca por produções originais de todo tipo e gênero, a Netflix tem investido firme na diversidade. De olho no público jovem que ainda não chegou à adolescência mas já passou da fase das animações infantis chega A Grande Luta, um filme que bebe diretamente de uma característica tipicamente americana mas que, ainda assim, pode ser facilmente compreendido por quem nada sabe sobre Wrestlemania.
Para quem não conhece, Wrestlemania é um evento de luta livre bastante popular nos Estados Unidos, onde o mais importante é o espetáculo proporcionado ao público. Desta forma, seus lutadores muitas vezes têm características estereotipadas para que sejam facilmente reconhecidos, assim como seus golpes mais marcantes costumam ser bem espalhafatosos. Não se trata de um esporte em si, mas um show que visa a diversão de quem o assiste, seja presencialmente ou pela TV. É por esta realidade que Leo, o protagonista de A Grande Luta, é fã declarado. Aos 11 anos, ele não só tem seu lutador favorito como sonha em, quando crescer, se tornar um deles.
Tal fantasia em torno do espetáculo é importantíssima para estabelecer este filme juvenil, seja pelo método de funcionamento das "competições" ou mesmo pelo fascínio por ele provocado. Se não é preciso conhecer Wrestlemania para curtir A Grande Luta, ao conhecê-lo pode-se reparar nas táticas usadas de forma escancarada, seja na promoção dos eventos ou mesmo nas referências internas, que surgem aqui e acolá. Trata-se de um sabor a mais que o filme possui.
Dito isso, não é exagero dizer que há aqui uma forte influência dos filmes de super-heróis. Se o próprio Homem-Aranha é mencionado pelos garotos, a regra que determina que a máscara mágica encontrada apenas pode ser vestida por quem é digno é uma cópia escancarada do Mjolnir, o martelo de Thor. A importância de Miles Morales, pela ascensão de um jovem negro com superpoderes no imaginário coletivo, é também decisiva nesta história, pela identificação imediata com o jovem Leo, também negro. Representatividade importa, também na fantasia.
É ancorado no universo de Wrestlemania e com um forte pé no fantástico que se situa A Grande Luta, ao trazer a saga deste garoto que topa entrar em uma competição de luta livre para salvar o pai de apuros financeiros, usando para tanto uma máscara mágica que dá superpoderes a quem o usa. Se a proposta narrativa é absolutamente formulaica e previsível, o filme se sustenta graças a dois pontos importantes: o respeito aos interesses típicos da faixa etária em torno dos 10 anos, com suas amizades e o início do interesse pelo sexo oposto, e o tremendo carisma do jovem Seth Carr - olho nele! -, que sustenta o longa-metragem com seu sorriso infantil e uma desenvoltura tão propícia ao jogo de provocações costumeiro às lutas de Wrestlemania.
No mais, A Grande Luta entrega clichês típicos das aventuras juvenis em relação à luta do bem contra o mal, aqui também representada de forma visual nos ringues - basta reparar na intencional diferença de tamanho entre Leo e seu algoz Sansão. Há, no entanto, uma bem-vinda ingenuidade que não só justifica os estereótipos como traz uma leveza que tanto auxilia a inserção do fantástico. Espirituoso e divertido, trata-se de um filme que cumpre bem seu objetivo de entreter os menores sem entediar quem já já passou (há tempos) a faixa etária de seu público-alvo.
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Grade crítica
Crítico | Nota |
---|---|
Francisco Russo | 6 |
Cecilia Barroso | 5 |
MÉDIA | 5.5 |
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