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Sinopse

O historiador e decodificador Ben Gates tem procurado, durante toda a sua vida, um conhecido tesouro que existe desde a criação dos Estados Unidos. Ao participar de uma expedição liderada pelo aventureiro Ian Howe, Gates encontra em um navio colonial preso no gelo do Círculo Ártico uma importante pista. Mas quando Howe o trai, ele terá que correr para conseguir o documento antes do seu falso colega.

Crítica

Não poderia haver melhor época para A Lenda do Tesouro Perdido ser lançado. O diretor Jon Turteltaub, do simpático Fenômeno (1996), afirma ter ficado envolvido neste projeto por mais de dois anos, enquanto que o produtor Jerry Bruckenheimer, da saga Piratas do Caribe, há mais de uma década lutava para levar essa história às telas. Mesmo assim, o timing foi preciso: impulsionado pelo impressionante sucesso literário de O Código Da Vinci (porém ainda antes da estreia da versão cinematográfica que contou com Tom Hanks à frente do elenco), essa aventura recria a mesma magia das grandes, e inconsequentes, aventuras de caça ao tesouro, como os filmes da saga Indiana Jones, por exemplo. Sem o apuro visual, estético e criativo de Steven Spielberg, mas ainda assim competente, mesmo que, eventualmente, esquecível.

Até a estrutura dramática de A Lenda do Tesouro Perdido é similar a de O Código Da Vinci: um homem (aqui contando com a ajuda de um auxiliar) recebe o apoio de uma moça, mesmo que aparentemente contra a vontade dela, numa corrida contra o tempo para desvendar a localização de um tesouro milenar. Enquanto, os três são perseguidos por policiais, além de um vilão também no encalço dos mocinhos. O objeto de tanta cobiça remete aos Cavaleiros Templários e teria sua origem na declaração da independência dos Estados Unidos.

O caça-tesouro é um pesquisador vivido por Nicolas Cage (ainda antes da derrocada artística que vem enfrentando há alguns anos), que deseja não apenas limpar o nome da família, ridicularizada no meio científico por sempre ter acreditado na possibilidade de tamanha preciosidade, como também garantir seu sucesso pessoal. Só que a primeira pista, perdida num navio desaparecido no Pólo Ártico, o leva ao documento original, que supostamente teria no seu verso o mapa do segredo. Para desvendar esse novo mistério, as coisas ficarão ainda mais complicadas, e a partir desse ponto a ação passará a se desenvolver num ritmo crescente.

Se Cage é competente no que faz, o mesmo pode se dizer do resto do elenco, como o novato Justin Bartha (antes do fenômeno Se Beber Não Case), o eficiente Sean Bean e os veteranos Jon Voight e Christopher Plummer. Já a deslumbrante Diane Kruger cumpre bem a função de emoldurar a tela com uma beleza simples e direta. No mais, A Lenda do Tesouro Perdido segue à risca a cartilha das produções do gênero: cada pista revelada leva o espectador a um perigo maior, o desenrolar da trama é contínuo e intenso, e toda violência é controlada, sem nunca ser assustadora. Ou seja, é diversão para todos os públicos, no melhor estilo “sessão da tarde”, nunca almejando mais do que isso. Entretém, garante bons momentos, mas também não surpreende, nem busca se aprofundar em qualquer possibilidade de verossimilhança. Bom enquanto dura, mas não mais do que isso.

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é crítico de cinema, presidente da ACCIRS - Associação de Críticos de Cinema do Rio Grande do Sul (gestão 2016-2018), e membro fundador da ABRACCINE - Associação Brasileira de Críticos de Cinema. Já atuou na televisão, jornal, rádio, revista e internet. Participou como autor dos livros Contos da Oficina 34 (2005) e 100 Melhores Filmes Brasileiros (2016). Criador e editor-chefe do portal Papo de Cinema.
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