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Crítica


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Sinopse

Robin Hood rouba os coletores de impostos para ajudar o povo oprimido pelo maligno príncipe John.

Crítica

Nem todo o gênio acerta sempre, correto? Mel Brooks já havia entregue verdadeiras obras-primas da comédia ao longo dos anos, mas nos anos 1990 ele pareceu ter entrado no modo automático. Reproduzindo piadas velhas e sem se atualizar para um público já acostumado com a extrapolação do gênero que o próprio havia criado, o cineasta talvez não tenha se dado conta na época que outros longas de diferentes diretores investiam nas mesmas ideias, o que torna um título como A Louca! Louca História de Robin Hood (1993) até antiquado para o ano que foi lançado. Não é de todo ruim, mas muito abaixo da qualidade esperada.

A história é a clássica do príncipe dos ladrões: Robin Hood (Cary Elwes) é capturado e preso, mas logo consegue escapar com a ajuda de outro detento, desde que o protagonista cuide de seu filho. De volta à Inglaterra, o herói dá de cara com o reino comandado pelo mimado Príncipe John (Richard Lewis), que assumiu o trono enquanto seu irmão, o rei Richard, está nas Cruzadas . Enquanto tenta derrubar  o vilão do trono, se apaixona por Lady Marian (Amy Yasbeck), que usa um cinto de castidade de metal até ela se casar com seu verdadeiro amor.

O roteiro se perde nas piadinhas sexuais envolvendo o tal cinto de Marian, números musicais não tão inspirados (apesar de Men in Tight ser bem divertido) e aquelas clássicas (e repetitivas) esquetes envolvendo lutas de comédia, com vilões atrapalhados e heróis sem jeito, ainda que o torneio de arco e flecha também garanta boas risadas. Porém, são momentos isolados que rivalizam com um roteiro que parece ter sido moldado enquanto estava sendo gravado. A impressão que se tem muitas vezes é que Brooks dizia "vamos ver no que vai dar esta cena". E muitas vezes "não dava" em nada.

Brooks tem, ao menos, um grande acerto: seu protagonista tem heroísmo e humor de sobra para concorrer com os clássicos Robin Hood de Douglas Fairbanks e Errol Flynn. Cary Elwes tem mais carisma que os (bem) mais famosos Kevin Costner e Russell Crowe, que interpretaram o personagem antes e depois, respectivamente, mesmo que as propostas dos astros fossem em filmes mais sérios sobre o tema. Uma pena que a carreira de Elwes não decolou muito, talvez pela recepção morna deste título.

Este foi o penúltimo filme dirigido por Mel Brooks. E lá se vão 20 anos sem estar atrás das câmeras. Uma pena que o cineasta bem humorado tenha se aposentado do ofício tendo este longa como uma de suas últimas marcas. A Louca! Louca História de Robin Hood está mais para um filme que você se pega assistindo, sem muito afinco, numa tarde chuvosa, entre telefonemas, espiadas no celular, lanches e idas ao banheiro. Nada que a gente preste muita atenção, afinal, para que despender tempo exclusivo para uma produção que não se esforça em agradar sua platéia? Com o perdão do trocadilho, mas esta flechada errou o alvo.

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é crítico de cinema, apresentador do Espaço Público Cinema exibido nas TVAL-RS e TVE e membro da ACCIRS - Associação de Críticos de Cinema do Rio Grande do Sul. Jornalista e especialista em Cinema Expandido pela PUCRS.
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Grade crítica

CríticoNota
Matheus Bonez
5
Chico Fireman
4
MÉDIA
4.5

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