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Sinopse

Um grupo de crianças é transferido ao interior da Inglaterra após sua escola ser bombardeada na Segunda Guerra Mundial. Gradativamente, os hóspedes vão encarar uma entidade maligna que está na mansão que os hospeda.

Crítica

O primeiro A Mulher de Preto (2012) foi um sucesso inesperado que chegou aos cinemas apostando no prestígio da produtora Hammer – uma das mais tradicionais no gênero de terror – e com a missão de mostrar que o protagonista Daniel Radcliffe poderia alçar voos além daqueles vistos na série Harry Potter. Como resultado, mais de US$ 120 milhões arrecadados nas bilheterias de todo o mundo. Como as coisas acabaram saindo melhor do que o esperado, era apenas questão de tempo até que chegasse às telas A Mulher de Preto 2, que dessa vez ganha o desnecessário subtítulo Anjo da Morte. O protagonista e o diretor mudaram, e o que se tem é um fracasso que não faz jus à despretensão do original, muito menos às ambições dos seus realizadores.

Ainda que praticamente toda a equipe na frente e atrás das câmeras tenha sido alterada de um filme para o outro, a base continua sendo a mesma – o livro de Susan Hill, que antes havia originado também o telefilme The Woman in Black (1989). O desenvolvimento da trama, no entanto, é mais direto desta vez, sem perder muito tempo. Londres está enfrentando os bombardeios alemães durante a Segunda Guerra Mundial, e a quantidade de crianças que estão se tornando órfãs da noite para o dia tem crescido enormemente. A solução pensada, até mesmo para protegê-las de futuros ataques, é reuni-las e removê-las para o interior, numa espécie de orfanato improvisado. E a casa disponível que encontram durante esta emergência é a fatídica Eel Marsh House, que, como sabemos pelo outro filme, é habitada por um terrível espírito do mal.

A história tem como foco a relação da novata Eve Parkins (Phoebe Fox, de Um Dia, 2011), que é escalada para ajudar a coordenadora Jean Hogg (Helen McCrory, de A Invenção de Hugo Cabret, 2011) a cuidar das crianças. Ela logo se afeiçoa pelo pequeno Alfie (Alfie Simmons), que perdeu os pais na noite anterior. Ao chegarem na casa, o menino, que segue mudo desde o acidente fatídico com os pais, logo se afeiçoa por um(a) amigo(a) oculto(a), alguém que ninguém vê, mas que começa a interferir de modo cada vez mais drástico no andamento das atividades do grupo. Eve é a primeira a perceber algo estranho, e como único confidente ela tem o oficial Harry (Jeremy Irvine, de Cavalo de Guerra, 2011), com quem desenvolve uma curiosa relação – afinal, o que ele está fazendo naquela mesma ilha, afastada de tudo e todos?

A Mulher de Preto 2: Anjo da Morte, apesar do título, não é uma sequência, e sim uma prequel do primeiro longa, pois sua história se passa quarenta anos antes dos incidentes já mostrados. Para quem viu o outro episódio, portanto, não há muitas novidades. Afinal, o drama é basicamente o mesmo: o fantasma de Jennette Humfrye, que foi vítima de uma injustiça no passado, incidente este que a levou a perder o próprio filho, e que agora está decidida, ainda que num outro plano espiritual, a conquistar um novo garoto para chamar de seu. E mesmo que se revelem experiências vividas pela protagonista e estes fatos se misturem com os da assombração, tudo se desenvolve de modo muito previsível e sem sustos, apostando em exageros e em jogos de câmera por demais expositivos para tentar construir uma suposta ambientação. Esforços esses que não se justificam, e como saldo tudo que se obtém são bocejos e muito tédio.

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é crítico de cinema, presidente da ACCIRS - Associação de Críticos de Cinema do Rio Grande do Sul (gestão 2016-2018), e membro fundador da ABRACCINE - Associação Brasileira de Críticos de Cinema. Já atuou na televisão, jornal, rádio, revista e internet. Participou como autor dos livros Contos da Oficina 34 (2005) e 100 Melhores Filmes Brasileiros (2016). Criador e editor-chefe do portal Papo de Cinema.
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