Crítica
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Sinopse
Uma princesa entediada escapa de seus guardiões em Roma e se apaixona por um jornalista norte-americano.
Crítica
E tudo começou com... A Princesa e o Plebeu! Apesar de já ter feito alguns pequenos e inexpressivos filmes na Europa, esse foi o primeiro grande trabalho da carreira de Audrey Hepburn, sua estreia em Hollywood e a conquista do desejado Oscar de Melhor Atriz. Tudo assim, de uma só vez. Mas quem pensa que foi uma trajetória rápida e sem solavancos, está muito enganado. A mulher que hoje é um dos maiores ícones fashion da atualidade – mesmo quase 20 anos após sua morte – e uma das grandes divas de todos os tempos da sétima arte enfrentou vários problemas em sua vida, e esse trabalho, se para muitos possa parecer como um golpe de sorte, na verdade é a recompensa mais do que merecida de uma profissional talentosa e muito competente.
Audrey Hepburn enfrentou a Segunda Guerra Mundial, desistiu de seus maiores sonhos, abandonou títulos de nobreza e lutou contra a pobreza sempre com muita classe e dignidade. Decidida a ser bailarina, encontrou na atuação uma nova oportunidade de trabalho. Assim, somando habilidades, acabou na Broadway e logo chegou à Hollywood como uma promessa que se cumpriu de imediato. A Princesa e o Plebeu foi o veículo perfeito para ela ser apresentada aos grandes estúdios, ao público em geral e aos colegas, que a receberam de braços abertos. E não que fosse sem méritos! O filme é, realmente, muito bom, um conto de fadas típico da época de ouro do cinema norte-americano. Recebeu um total de 10 indicações ao Oscar – inclusive Melhor Filme e Direção – e ganhou 3 estatuetas: Melhor Atriz, Roteiro Original (para Dalton Trumbo, que assinou sob o pseudônimo de Ian McLellan Hunter, pois era na ocasião perseguido pelo macarthismo, e só foi receber o devido crédito pela vitória postumamente, em 1993) e Figurino, para a célebre Edith Head (vencedora de um total de 8 Oscars!).
Além do Oscar, Hepburn ganhou ainda o Bafta, o Globo de Ouro e o prêmio da Sociedade de Críticos de Nova York pelo seu desempenho como a princesa Ann, que após uma turnê pela Europa representando seu país (que em nenhum momento é definido), ao chegar em Roma decide fugir de seus guardiões e passear pela cidade incógnita, como uma pessoa comum. Ela acaba caindo nos braços do jornalista Joe Bradley (Gregory Peck), que finge não reconhecê-la para, assim, conhecê-la o suficiente para produzir uma reportagem exclusiva. Só que é óbvio, um irá se apaixonar pelo outro. E esse novo amor irá enfrentar sérias dificuldades para se concretizar. Combinando ingenuidade com um ar sempre espontâneo e cativante, ela conquista a todos nos dois lados da tela.
Uma das maiores surpresas de A Princesa e o Plebeu, além da impressionante química entre os dois astros, da performance cheia de frescor e vivacidade de Audrey e da postura máscula e respeitosa de Peck, é a própria capital italiana, que se torna com todo direito um dos protagonistas da trama. No início dos anos 50 era muito caro filmar em locação, e praticamente todos os filmes eram feitos em Hollywood, não importando onde a história se passasse – o que mudava eram apenas os elementos do cenário, todos feitos em cartões. A decisão do diretor William Wyler não só se mostrou acertada como também contribuiu com muita força com o sucesso do projeto, pois serviu também para resguardar a novata. Trabalhando no outro lado do Atlântico, ela foi preservada pela imprensa, que só tomou conhecimento dela de fato no lançamento do filme. E aí foi impossível resistir a um charme que até hoje impressiona.
Wyler foi um dos gênios da antiga Hollywood (ele ganhou 3 Oscars, por Rosa da Esperança, em 1942, Os Melhores Anos de Nossas Vidas, em 1946, e pelo clássico Ben-Hur, de 1959), e soube levar às telas com todo o cuidado necessário uma história de amor contagiante, revelando ao mundo uma estrela de primeira grandeza. A fotografia em preto e branco, as imagens espetaculares da cidade imortal e um elenco em completa sintonia fazem deste um clássico inesquecível, que merece ser conhecido, visto e revisto quantas vezes forem possíveis.
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Grade crítica
Crítico | Nota |
---|---|
Robledo Milani | 9 |
Thomas Boeira | 9 |
Chico Fireman | 8 |
MÉDIA | 8.7 |
Por favor, me perdoe pela correção: Ian McLellan Hunter era um roteirista que recebeu de Dalton Trumbo a incumbência de apresentar o roteiro que havia escrito para o estúdio, e não era um pseudônimo inventado na ocasião. Dalton havia inventado uma espécie de frente na qual os roteiros eram escritos com a autoria de nomes inventados, aí sim pseudônimos per se. Hunter entrou também na infame lista negra, e teve que, junto com outros da mesma lista, usar a tal frente para poder trabalhar. Se você me permite, sugiro assistir o filme Trumbo, se ainda não viu, que mostra com detalhes este assunto.
Uma saudade imensa desta época de ouro de Hollywood , um grande filme, charmoso e competente e com a lindíssima Audrey Hepburn, que está encantadora em cena. Audrey até hoje é um ícone do cinema - e ela deixou imensa saudade no coração de todos que foram atrás do seu talento e do seu trabalho. Eu, nascido em 1956, já adolescente vi grande parte dos seus filmes e me apaixonei por ela já naquela idade. O cinema perdeu muito ao longo do tempo - mesmo depois de mais de 20 anos da sua morte, tanto ela, como tantas outras grandes atrizes que preencheram nossos corações nos idos dos anos 60/70 e 80, fazem até hoje uma falta imensa ao cinema e muitas delas absolutamente insubstituíveis - como a própria Audrey. Gregory Peck outro ator muito querido pela galera daquele tempo.