Crítica
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Sinopse
Crítica
Assim como no popular O Segredo da Cabana (2011), em A Profecia do Mal temos uma enorme mescla de linguagens. Entretanto, diferente do projeto lançado há mais de uma década, que homenageava através da sátira elementos dos filmes de terror – e que chegou a angariar diversos prêmios de sua área – este projeto mais recente recorre, ainda que de uma forma um tanto desajeitada, às mesmas ferramentas. Infelizmente, no entanto, a obra final não chega a lugar algum.
Na trama, uma obscura empresa de biotecnologia faz uma descoberta que permite a clonagem de pessoas a partir de meros fragmentos de DNA, inclusive figuras históricas. Porém, os chefes da organização são membros de um culto satanista e, para dar vida a um "Jesus Cristo do mal", roubam o Santo Sudário. Esse filho de Deus versão maligna será oferecido a Lúcifer. Vale mencionar que o enredo ainda reserva uma luta medieval entre anjos e demônios, um rascunho de O Bebê de Rosemary (1968) e uma improvável encarnação do anjo Gabriel num corpo humano. Chega a ser difícil enumerar a quantidade de subgêneros e clichês do horror reaproveitados aqui pelo diretor Nathan Frankowski (Para Escrever o Amor em Seus Braços, 2012).
Produzido na República Tcheca, o longa inicia com um Arcanjo prendendo Lúcifer, num combate que dá ares de Van Helsing: O Caçador de Monstros (2004), indicando que irá explorar algo semelhante à aventura estrelada por Hugh Jackman. Em seguida, a roda da fortuna gira e o cenário agora é a Itália, entre cientistas de má índole que querem roubar o gene de Cristo, trazendo, mais uma vez, a Igreja Católica como centro da ação.
Nesse mundo fantasioso, no qual o danoso poderia surgir de qualquer lugar, o roteirista Ed Alan prefere reaproveitar o exaustivo renascimento do mal por meio de uma fertilização forçada na cientista Laura Milton (Alice Orr-Ewing), uma ávida pesquisadora do Vaticano e da improvável ligação desse com o sobrenatural. Um artifício utilizado até em obras menos vistosas como O Filho do Demônio (1997) e O Herdeiro do Diabo (2014), para não ficarmos somente no clássico de Polanski. E como se não bastasse, após o nascimento do herdeiro maligna, a moça passará a perseguir o Jesus 2.0 que saiu de seu ventre com a força de uma mãe que teve seu filho roubado. Nesse contexto, a maternidade é transformada numa mescla de obras slasher com sagas zumbi.
Haverá ainda um atenuante dificultoso nessa batalha do mundo maniqueísta. Enquanto o diabo precisa voltar pela fecundação, Gabriel, pelo jeito, não pode descer dos céus em sua forma real, munido de espada e poderes. Ele precisa incorporar em um jovem padre falecido que cedeu seu corpo para a santidade em seu derradeiro momento. Estranho.
Esse é o caminho escolhido por Frankowski, dispensando uma coesão entre os mais variados fenômenos sobrenaturais. Lutas divinas, concepções demoníacas, perseguições e confabulações científicas carecem de um cineasta com maior capacidade de regrar cada uma dessas linhas narrativas. No final das contas, A Profecia do Mal pode ser classificado como uma tarefa difícil de se envolver. A começar pelo título nacional, pois não existe profecia, e sim um desejo mundano, melhor apontado no original The Devil Conspiracy.
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Grade crítica
Crítico | Nota |
---|---|
Victor Hugo Furtado | 1 |
Celso Sabadin | 4 |
Alysson Oliveira | 2 |
MÉDIA | 2.3 |
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