A Queda! As Últimas Horas de Hitler
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Oliver Hirschbiegel
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Der Untergang
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2004
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Alemanha / Áustria / Itália
Crítica
Leitores
Sinopse
Traudl Junge é secretária de Adolf Hitler em 1942. Encurralada pelos inimigos, a cúpula do Terceiro Reich está confinada num abrigo subterrâneo. E é justamente essa secretária que narra as últimas horas do bastião nazista.
Crítica
Uma das obras mais interessantes e polêmicas vindas da Alemanha na década passada foi A Queda: As Últimas Horas de Hitler, que acabou sendo indicada ao Oscar na categoria de Melhor Filme Estrangeiro. Perdeu para o espanhol Mar Adentro (2004), mas de modo algum iria compor um engano caso tivesse levado a estatueta, pois o longa focado no epílogo de um dos conflitos mais sangrentos e revoltantes do século XX possui qualidades suficientes para tal reconhecimento.
Dirigido por Oliver Hirschbiegel, que antes disso havia trabalhado apenas na televisão e no thriller A Experiência (2001), A Queda tem levantado inúmeras discussões pelo ponto de vista que assume: o do derrotado. Muitas vezes se viu nas telas de cinema produções sobre a Segunda Guerra Mundial, mas quantas procuraram mostrar as reações íntimas do mais alto comando do exército alemão? E, principalmente, tendo como protagonista o próprio Adolf Hitler, führer e comandante de um país levado à loucura e à derrota perante todo o mundo? Este pequeno detalhe acaba sendo o diferencial necessário para justificar o interesse despertado. Suas qualidades, como uma direção segura, um roteiro preciso e um elenco dedicado são outros méritos que só acrescentam ao resultado final.
Interpretado com garra e determinação pelo suíço Bruno Ganz, elevado a condição de ícone internacional após estrelar o filosófico Asas do Desejo (1987), Hitler aparece em cena, acima de tudo, como um homem comum, porém capaz de atos e decisões extraordinárias. Não que isso “humanize” sua figura – como muitos acusaram – além do desejado, como se o desculpasse por suas atitudes. Não há uma vitimização do carrasco, mas por outro lado tenta-se desvendar o que se passava em sua mente, receios e ambições. Isso é mais do que uma postura imparcial poderia almejar, afinal, por mais monstruosa que tenha sido sua atuação, ele nunca deixou de ser um homem como qualquer um de nós, porém envolvido em situações completamente singulares. São nos conflitos deste personagem, em suas contradições e angústias, que se estrutura o longa, procurando revelar não só as origens do caos em que se encontrava o alto governo da nação alemã pouco antes da derrota final, como também vislumbrar os sonhos e as insanas esperanças que os guiaram até aquela mesma condição.
A Queda pode parecer por demais derrotista, mas é um retrato vigoroso que merece mais do que a mera apreciação, servindo também como objeto de estudo e reflexão. As discussões que levanta, sem concessões e com muito ímpeto, são dignas de nota. O desenho que faz do fim da guerra é universal, podendo ser compreendido e interpretado por todos, indo além do entretenimento para se posicionar como um alerta. Contra a intolerância, o desprezo e o revanchismo. Eram pessoas comuns, em sua maioria, que estavam envolvidas. O contexto é que era diferente. Afinal, o que leva alguém a crer tão fielmente em algo que terminará por gerar sua própria destruição? Como pode haver tanta raiva e escárnio contra seres tão similares, senão iguais? Estes são apenas alguns dos tantos questionamentos que cada um levará consigo após o término da projeção.
Independente de não estar livre de alguns deslizes, como a excessiva duração de sua ação e outros momentos em que a especulação emocional parece ter tomado a dianteira perante o raciocínio mais distanciado, A Queda é acima de tudo um filme necessário e de grande poder. E graças ao bom retorno que obteve junto ao público, sua mensagem o colocou além do alcance artístico, posicionando-se também como um trabalho de inestimável valor cultural.
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Grade crítica
Crítico | Nota |
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Robledo Milani | 8 |
Ailton Monteiro | 6 |
Alysson Oliveira | 6 |
Ticiano Osorio | 8 |
MÉDIA | 7 |
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