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Sinopse

Após dar a luz a Renesmee, Bella desperta já vampira. Agora casada com Edward, precisa aprender a lidar com seus novos poderes, assim como absorver a ideia de que Jake, seu melhor amigo, teve um imprinting com a filha. Devido ao elo existente entre eles, Jake passa a acompanhar com bastante atenção o rápido desenvolvimento da menina. Paralelamente, Aro é informado por Irina da existência de Renesmee e de seus raros poderes. Acreditando que ela seja uma ameaça em potencial para o futuro dos Volturi, ele elabora um plano para eliminar a garota de uma vez por todas.

Crítica

A espera, finalmente, acabou. E como resultado temos um mar de lágrimas para os fãs, mas também um alívio para aqueles que gostam de um cinema, no mínimo, razoável. A Saga Crepúsculo: Amanhecer - Parte 2 chega aos cinemas quatro anos após a estreia do primeiro episódio – lançados exatamente um a cada doze meses – colocando um ponto final em uma história que até começou bem, mas que foi se perdendo durante todo esse tempo e se estendendo além da conta.

O quinto longa da série – a Parte 2 do título se refere à decisão mercadológica, apenas para faturar mais, porém sem necessidade na trama, de dividir ao meio o quarto livro – começa no exato momento onde a primeira parte terminou: Bella (Kristen Stewart) acorda, já transformada em vampira, e precisa aprender a controlar seus instintos para estar perto da filha recém-nascida, Renesmee. Porém, ela e toda a sua nova família de caninos afiados precisam mostrar ao líder dos Volturi – uma espécie de clã vampiresco que dita as leis a todos os demais – Aro (Michael Sheen), que a criança nascida de um vampiro, porém gerada num ventre ainda humano, não representa ameaça à espécie como um todo. Afinal, trata-se de um ser híbrido, meio homem, meio vampiro, e ninguém ao certo sabe o que esperar dela.

A Saga Crepúsculo: Amanhecer - Parte 2 até possui uma história que poderia ser bem desenvolvida, porém o que vemos acaba sendo um amontoado de clichês, cenas e diálogos constrangedores (a morte de um dos principais personagens é uma das piores filmagens/montagens já realizadas), além de um desperdício de elenco. Nunca Robert Pattinson e Taylor Lautner estiveram tão à vontade em seus papéis (especialmente o lobisomem), assim como Sheen, um ator de óbvio potencial dramático – é só vê-lo nos oscarizados A Rainha (2006) ou Frost/Nixon (2008) para ter certeza disso – não precisa se esforçar muito para atingir uma boa atuação (neste caso no piloto automático para pagar as contas). Temos ainda o talentoso Lee Pace totalmente desperdiçado, apenas para preencher número. Sem contar em outros, como Dakota Fanning, que mal aparecem.

O pior de tudo: a única boa sequência (a batalha final, que ao menos mexe com os ânimos da plateia) acaba sendo outra perda de tempo do espectador no cinema. Quem ver saberá porque. Não dá pra entender porque a primeira e a segunda parte não foram reunidas em uma só, pois a quantidade de besteiras colocadas na tela é tamanha e inútil. Por exemplo: há presença de trilha sonora em praticamente 100% das cenas, deixando em tudo um ar de videoclipe. Os personagens – há uma profusão de novos tipos, todos apresentados às pressas, sem envolvimento algum – são todos rasos, como se o único objetivo fosse preencher a tela, sem acrescentar nada à trama. E questões interessantes, como o surgimento de novas raças, os poderes sobrenaturais dos vampiros e a disputa pelo poder, acabam passando batido. Aliás, este filme, ainda mais do que o anterior, deixa bastante evidente sua real razão de existir: ser somente mais um caça-níqueis para o pobre espectador gastar seu suado dinheiro.

No fim das contas, é óbvio que A Saga Crepúsculo: Amanhecer - Parte 2 deverá ser um dos longas de maior arrecadação do ano. Se os aficionados ficarão sem um propósito após esta conclusão, ao menos em breve nossas salas de exibição ficarão desocupadas de tamanha perda de tempo – ao menos até o surgimento de outro blockbuster alienante. Vai ter muito choro e uma saudade enorme. Pelo menos, até outra nova bobagem virar moda e fazer esquecer essa série de longas, uma das piores da história recente das telonas. É inacreditável perceber que o diretor destes dois últimos segmentos seja o mesmo Bill Condon vencedor do Oscar pelo roteiro de Deuses e Monstros (1998) e que tenha se saído com tanta desenvoltura no musical Dreamgirls (2006). Que tudo aqui reunido – filme, equipe e elenco – seja consagrado no Framboesa de Ouro.

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é crítico de cinema, apresentador do Espaço Público Cinema exibido nas TVAL-RS e TVE e membro da ACCIRS - Associação de Críticos de Cinema do Rio Grande do Sul. Jornalista e especialista em Cinema Expandido pela PUCRS.
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