Crítica
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Crítica
Steven Soderbergh realmente é um cineasta movido por diferentes impulsos. Como já comprovou em sua filmografia, ele tanto pode se sentir inclinado a executar um projeto pela história, pelo elenco, pela oportunidade de fazer algo diferente ou, ao contrário, para recriar o que já foi feito várias vezes, mas com algum toque de originalidade. Nem sempre dá certo, é claro, mas o importante é tentar. E esse À Toda Prova é um bom exemplo disso. Combinando todos os elementos citados anteriormente, aqui ele dispõe de uma trama cheia de reviravoltas e surpresas, que por outro lado navega em ambientes bastante óbvios, mas tendo como protagonista uma atriz novata e com um histórico bem diferenciado. Aliado a isso há um elenco de primeiríssima mão. Se quem assiste no final das contas não deve entender muito bem, com certeza o processo de realizá-lo deve ter sido bem estimulante.
Assim como vez em Confissões de uma Garota de Programa (2009), em que ofereceu à atriz pornô Sacha Grey a oportunidade de estrelar uma história adulta, porém direcionada a um público bem mais amplo, em À Toda Prova Soderbergh conta com a lutadora de MMA – Mixed Martial Arts, ou Artes Marciais Mistas – Gina Carano, em sua segunda experiência como atriz. Ela aparece como uma espiã secreta especialista em... lutas corporais, é claro! Ela possui um contratante (Ewan McGregor), que a pedido de peixes muito maiores (Michael Douglas e Antonio Banderas) a despacha para uma missão em que deverá atuar ao lado de outros agentes (Channing Tatum e Michael Fassbender). Mas é claro que a coisa não é tão simples, e logo ela irá perceber que está numa armadilha, no meio de um plano traçado para eliminá-la. Pobre daquele que resolver ficar no caminho dela quando isso acontece!
Na verdade, a impressão que temos é que Soderbergh juntou toda essa turma de amigos apenas para se divertir um pouco. E não deixa de ser curioso, e até engraçado, ver galãs fortões cheio de estilo, como Tatum, McGregor e Fassbender, serem quebrados ao meio e apanharem até dizer chega de uma mulher que de frágil possui apenas a aparência. E se há prazer em assistir, é perceptível também a diversão que deve ter rolado nos bastidores. Banderas está visivelmente à vontade em explorar seu próprio clichê (como vez recentemente em O Príncipe do Deserto, 2011), enquanto que Douglas só precisa aparecer com seu charme habitual para justificar sua presença nos créditos. Essa descontração geral, no entanto, acaba soando contra, pois Carano é a única determinada a atingir algo sério, numa evidente falta de sintonia com os demais companheiros.
À Toda Prova é mais uma experiência do que algo que deva ser considerado dentro de um modelo tradicional, com início, meio e fim e algo a ser dito. O que há aqui, sim, é uma vontade de explorar outras possibilidades, de brincar com os gêneros e de mostrar que nem tudo precisa ser tão definido. Ele se vende como um thriller de ação, mas não é bem isso que entrega. Há suspense, boas cenas de lutas e rostos conhecidos em profusão, mas o show é principalmente de Steven Soderbergh, que mais uma vez deixa claro como fazer algo diferente apostando no mesmo. Basta não ser tão igual a tudo que já foi feito antes.
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Grade crítica
Crítico | Nota |
---|---|
Robledo Milani | 6 |
Alysson Oliveira | 5 |
Francisco Carbone | 9 |
Chico Fireman | 7 |
MÉDIA | 6.8 |
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