Crítica
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Sinopse
Pensilvânia, 1897. Um vilarejo de apenas 60 habitantes é cercado por uma floresta, habitada por uma raça de criaturas que assombra o local. Frente ao perigo desconhecido, nasce o romance entre Ivy Walker, filha do líder da vila, e o jovem Lucius, que questiona a política de confinar os habitantes dentro das fronteiras da aldeia.
Crítica
A Vila é um filme diferente da grande maioria das opções que normalmente são oferecidas nas telas de cinema. O curioso é que estamos falando de uma atração para o grande público, ou seja, que deve se curvar a algumas “regras do mercado”. Esse ser híbrido possui, como não poderia deixar de ser devido a essa dicotomia que enfrenta, alguns problemas. Mas o melhor é que no geral seu saldo é positivo – há uma genialidade pulsante por trás de todo o seu discurso – e de resultado bastante eficiente. Ao menos, é claro, para aqueles que não estão atrás apenas de mais uma desculpa para ir atrás de pipoca e refrigerante, e sim à procura de vida inteligente no bizarro universo da sétima arte hollywoodiana.
Imagine uma comunidade, no início do século XIX, existente no interior dos Estados Unidos, longe de tudo e de todos. Uma pequena cidade, distante do progresso geral, como se tivesse congelada no tempo. O lugar é controlado pelos mais velhos, que formam o “Conselho”. Mas, mais do que isso, sua regras são regidas pelo medo que circunda a região: nos bosques ao redor do vilarejo habitam estranhas e ameaçadoras criaturas, as quais todos temem e não ousam enfrentá-las. Assim, convivem apenas entre si, sem contato com o mundo exterior. Porém, um dia, alguém morre por falta de assistência médica – forte indicativo de que eles não são, como imaginavam, tão auto-suficientes. E, acima de tudo, de que chegou o momento de enfrentar o receio e sair em busca de ajuda. O inesperado, entretanto, é de que o perigo possa estar mais próximo do que o esperado.
Posicionando-se além da mera trama de suspense e terror, A Vila é um drama psicológico e uma análise sobre a condição social humana enquanto grupo. É, ainda, um profundo estudo sobre o medo e como este pode ser mais determinante em nossas ações do que a alegria e o prazer. Há um clima que domina o desenvolvimento da narrativa, de forma envolvente e angustiante, e somente por isso o trabalho apresentado já é digno de méritos.
O cineasta M. Night Shyamalan é um dos poucos diretores em atividade em Hollywood que, ao menos até o lançamento deste projeto, se preocupava em deixar uma “marca” pessoal em cada produto seu, próximo a um estilo próprio. Seja qual for a temática abordada – o sobrenatural, super-heróis de histórias em quadrinhos, monstros extraterrestres ou a aflição pelo inexplicável – esta sempre terá como determinante um modo pessoal de atingir a platéia, captando sua atenção até o limite máximo, para depois alterar o ponto de vista e mudar as regras praticadas e seguir numa nova ótica, surpreendendo com o inédito. E isso nunca de modo gratuito, e sim dentro de um contexto lógico e inesperado. Dessa vez ele faz exatamente isso, se não de forma tão gratificante, ao menos dentro do que seu currículo prometia até aquele momento. Uma vontade que, infelizmente, como vimos nos anos posteriores, acabou não se confirmando.
A Vila desliza em alguns pormenores, como falhas de verossimilhança no roteiro e excessos dramáticos, que funcionariam melhor caso fossem suavizados. O principal, porém, é aceitar sua premissa, o que facilita a aceitação de tudo o que virá depois. Trata-se aqui de um caso específico e único, e é sobre essa particularidade que se estrutura sua história. Ao término, quando todas as dúvidas supostamente forem sanadas, é possível que entre os mais apressados a frustração impere. Mas depois, com a reflexão, virá também a certeza de ter conferido uma obra acima da média, merecedora de crédito e de uma análise profunda. Suas intenções são atingidas satisfatoriamente, e mais uma vez quem ganha é o espectador. É um filme estranho, e, talvez por isso, irresistivelmente atraente.
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Grade crítica
Crítico | Nota |
---|---|
Robledo Milani | 8 |
Thomas Boeira | 5 |
Chico Fireman | 8 |
Diego Benevides | 6 |
Bianca Zasso | 3 |
Francisco Carbone | 10 |
Matheus Bonez | 9 |
MÉDIA | 7 |
Guardando as devidas proporçoes , este filme me lembra o filme brasileiro Lavoura Arcaica. Devido a tentativa de um grupo ou familia , nao permitir a liberdade de expressao e escolha de individuos dentro de um clã. Ampliando as proporcoes vou atè o facismo politico, religioso , economico etc, enfim ideologico.Parafraseando Zé Ramalho, "" eh vida de gado, povo marcado povo feliz........" "Não olhe para cima"