Crítica
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Sinopse
Robert é um homem rico e entediado envolvido com uma mulher espanhola que trabalha como prostituta. Ela revela que na verdade é uma nobre desiludida por um grande amor do passado.
Crítica
Desde os primórdios do cinema, o teatro dá ingrediente para a sétima arte contar suas histórias. O longa português A Vingança de uma Mulher bebe da fonte teatral para encontrar uma estética e personalidade e supera o desafio de não ficar com o aspecto de uma peça filmada.
Ambientada no século XIX, a história acompanha Robert (Fernando Rodrigues), um homem rico e entediado. Uma noite, ele se envolve com uma mulher espanhola (Rita Durão, de Em Segunda Mão, 2012), que julga ser uma prostitua. Ela se revela uma nobre e conta seu amor frustrado do passado que a levou a esse estilo de vida. A opção por uma linguagem teatral é completa, das atuações à cenografia. Essa estética garante espaço para planos longos, uma vez que os personagens podem passear de um cenário a outro sem a necessidade de cortes, como fez John Wright em Anna Karenina (2012).
Esse recurso é explorado nos flashbacks que acompanham a narração da personagem feminina, uma das vozes de A Vingança de uma Mulher. Os acontecimentos são contados por ela, mas a plateia os recebe pelo ponto de vista de Robert. A isso e soma um narrador (Hugo Tourita, de Águas Mil, 2009), que de tempo em tempo entra em cena com comentários. As tomadas alongadas oferecem aos atores a chance de performances lineares, como as feitas nos palcos. A teatralidade também permite que os exageros narrativos do roteiro façam sentido, o que um registro realista não poderia suportar.
Com a construção dessa lógica própria e respiros entre cenas, os diálogos bem escritos desfilam para deleite do espectador. Muitos terão vontade de anotar frases ditas pelos personagens, que trazem verdades proverbiais. Nesse quesito, entra em campo o sabor da literatura portuguesa.
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Grade crítica
Crítico | Nota |
---|---|
Edu Fernandes | 8 |
Isabel Wittmann | 7 |
MÉDIA | 7.5 |
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