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Crítica


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Sinopse

Na medida em que um espírito se apodera de seu corpo, uma jovem precisa lutar pela sobrevivência.

Crítica

Alma Perdida é um filme de terror e suspense que tenta se levar a sério. E até consegue, por algum tempo. Mas chega um momento em que esse interesse acaba, e começa a apelação aos efeitos especiais exagerados e óbvios. E tudo termina por encerrar vergonhosamente. Nem mesmo as presenças de atores consagrados, como Gary Oldman e Jane Alexander (indicada quatro vezes ao Oscar) conseguem melhorar o resultado final. E a conclusão é uma só: O Exorcista (1973) é apenas um, e está pra nascer o dia em que outro igual ou superior seja produzido.

A desconhecida Odette Yustman (Cloverfield: Monstro, 2008) é a protagonista desta história por demais bizarra. A jovem começa a perceber uma estranha presença ao seu redor, seja em espelhos ou em sonhos. Logo descobre que se trata de um espírito do mal que amaldiçoa sua família há três gerações. Ele surgiu pela primeira vez no irmão gêmeo da avó, durante experiências sádicas feitas pelo Dr. Josef Mengele, na Alemanha da Segunda Guerra Mundial (!). Assassinado pela própria irmã (!!), ele retorna mais de 50 anos depois para se vingar, agora como o irmão gêmeo (novamente!), morto durante o parto, da neta (!!!). Aos poucos ele passa a interferir nas características físicas e até na personalidade da garota, afastando-a do namorado, amigos e até vizinhos. E para colocar um ponto final nesta história, só através de uma sessão de exorcismo conduzida por um círculo multi-religioso (!!!!).

Odette Yustman é realmente linda – foi eleita uma das mais sexies mulheres do mundo em 2008 – mas definitivamente não possui potencial dramático para um papel como esse. Tudo o que ela faz é dar gritos, tropeçar e desfilar seminua – o que, para mais da metade da platéia, já parece estar ótimo! Já Cam Gigandet, como o par romântico da mocinha, segue mostrando seu talento em desempenhos que exigem muita ação e pouco cérebro – como visto no recente Crepúsculo (2008). A melhor amiga, Meagan Good, mostra mais uma vez que seu forte é ser assassinada, o mesmo destino que teve em Jogos Mortais V (2008) e Uma Chamada Perdida (2008). Oldman, por sua vez, devia estar com algumas contas atrasadas, mas não muitas, já que pouco aparece em cena. E Alexander, até por seu histórico, merecia que seu personagem tivesse um final mais digno.

Com direção de David S. Goyer, o mesmo de Blade: Trinity (2004), Alma Perdida não provoca medo e ainda repete clichês do gênero, como crianças fantasmagóricas de olhares aterrorizantes e maldições de outros mundos, tudo sem muita lógica ou explicações. Mesmo assim, o filme fez bom dinheiro nos Estados Unidos – arrecadou nas bilheterias quase US$ 50 milhões! – o que comprova mais uma vez que, quando a intenção é provocar sustos e apavorar os incautos, o bom mesmo é deixar o cérebro em casa.

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é crítico de cinema, presidente da ACCIRS - Associação de Críticos de Cinema do Rio Grande do Sul (gestão 2016-2018), e membro fundador da ABRACCINE - Associação Brasileira de Críticos de Cinema. Já atuou na televisão, jornal, rádio, revista e internet. Participou como autor dos livros Contos da Oficina 34 (2005) e 100 Melhores Filmes Brasileiros (2016). Criador e editor-chefe do portal Papo de Cinema.
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