Crítica
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Sinopse
Vinte anos após ter abandonado o filho por falta de alternativas, Nana Kunning consegue se estabelecer como uma artista renomada e curadora. Uma jovem jornalista abraça a missão de investigar o que aconteceu com o filho dela.
Crítica
Há cinco anos, a peruana Claudia Llosa se fez conhecer com A Teta Assustada (2009). Premiada inúmeras vezes, em especial com o Urso de Ouro, do Festival de Berlim, a trama apodera-se de um universo místico e de questões sociais próprias de um país como o Peru. Aloft, coprodução entre Estados Unidos, Espanha e França, dá continuidade ao misticismo, conduzindo o enredo para uma obra psicologicamente sombria.
Nana (Jennifer Connelly) é a mãe solteira de dois meninos. Em uma aldeia isolada, acontecimentos levam ao acidente que determinará a relação entre eles. A esta história base será entrelaçada à narrativa de Ivan (Cillian Murphy), o filho de Nana quando adulto. O andamento dos núcleos se dará pela edição de Guillermo de la Cal. Sempre competente, o trabalho de justaposição de Cal permitirá o desenvolvimento orgânico das tramas, fazendo com que o espectador necessite de muita atenção para conseguir desvencilhar os sinais deixados. Quando a jornalista Jannia (Mélanie Laurent) procura Ivan para uma reportagem sobre falcões, descobrimos que a distância entre as duas histórias não se limita ao mero passar do tempo, mas a 20 anos de silêncio entre mãe e filho.
Escrito por Llosa, o roteiro é um enigma digno do misticismo da personagem de Nana. A evolução dos dois núcleos tem uma função simples: resultar na catarse final, quando os acontecimentos se encaixarão. Mas a preocupação da direção não é tanto a de concluir o quebra-cabeça quanto a de impor um véu de desconhecimento e superstição sobre o rumo e as decisões dos personagens.
Por esse aspecto, vale ressalta a atuação de Connelly, Laurent e Murphy. Jennifer, em especial, tem um desempenho impressionante. O domínio dramático no primeiro ato contrastará, no terceiro ato, com uma mulher ainda jovem, mas desgastada pela vida. O discurso que empreenderá ao final tem algo de assustador e grandioso. Murphy segue bem como o filho introspectivo. Os silêncios e a raiva facilmente identificável são as pistas para ligar o adulto à criança.
A obscuridade da narrativa de Aloft acaba por ter pontos a favor e contra. Para si, conta a construção de um filme peculiar, que responde às demandas da história de maneira madura. É admirável como Llosa guia a narrativa através da caverna escura de Aloft. Entretanto, tamanha sombra faz com que o esforço de várias cenas em impor uma espécie de simbolismo não reverbere, tornando-se simplesmente obstáculos indecifráveis para a compreensão do público.
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Gostaria de ter lido uma resenha mais clara. 🤔