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Sinopse

Os esquilos cantores encontram agora um trio a sua altura. São as Esquiletes, três jovens esquilos fêmeas que também possuem uma voz afinada, e que estão sendo agenciadas por ninguém menos do que Ian, o antigo agente que quisera abusar do talento do trio de Alvin no passado.

Crítica

Depois do surpreendente sucesso de público do primeiro Alvin e os Esquilos (2007), a Fox não demorou em encomendar uma continuação. Desta vez, em Alvin e os Esquilos 2, a direção saiu das mãos de Tim Hill para a cineasta Betty Thomas – que tinha em seu currículo, como maior destaque, comédias bobinhas com Eddie Murphy, Sou Espião (2002) e Dr. Dolittle (1998). Em uma baixa mais importante, o ator Jason Lee (Quase Famosos, 2000), um dos poucos bons motivos para se assistir ao primeiro filme, teve “problemas de agenda” e não pode se comprometer integralmente à continuação. Seu papel então foi reescrito para que aparecesse apenas em alguns momentos da história. Ou seja, não poderia sair nada de bom disso.

Na trama, durante um concerto de Alvin e os Esquilos na França, Dave Seville (Lee) sofre um acidente e precisa ser levado às pressas ao hospital. Com isso, Alvin, Simon e Theodore ficam sem seu tutor. Depois de muita enrolação, quem se encarrega de cuidar dos meninos é Toby (Zachary Levi), um viciado em videogames e tímido por natureza. Ele é a pessoa que terá de ajudar os esquilos em uma fase paradigmática de suas vidas: a entrada na escola. Em uma trama paralela, o antigo empresário dos chipmunks, Ian (Dave Cross), está comendo o pão que o diabo amassou depois de suas ações no primeiro filme. Mas sua sorte pode mudar ao encontrar três esquilos fêmeas de igual talento que procuram uma chance no show business.

É incrível observar que para um roteiro tão fraco tenham sido necessárias três pessoas para escrevê-lo. E o trio não é nada desprezível. Jon Vitti, que já havia trabalhado no primeiro filme, escreveu diversos episódios dos Os Simpsons (1989-2019) e co-escreveu o roteiro para o longa-metragem da família amarela. Para esta sequência, juntou-se a ele a dupla Jonathan Aibel e Glenn Berger, de Kung Fu Panda (2008). Era de se esperar que um time desses conseguisse bolar algo melhor. As piadas são muito fracas, as situações são bagunçadas e os próprios personagens principais ganham pouco a fazer. As referências a filmes adultos são óbvias, mas são colocadas na boca dos esquilos de forma nada orgânica. Que criança vai entender uma referência à Apocalypse Now (1979), Silêncio dos Inocentes (1991) ou Táxi Driver (1976)? Se a ideia era divertir os adultos que acompanham a petizada, o intuito não surte efeito.

Como o roteiro não ajuda, fica difícil se divertir com as situações apresentadas. E o filme acaba não funcionando nem com o público alvo, haja vista que as crianças presentes na sessão de Alvin e os Esquilos 2 esboçaram risadas em três ou quatro situações durante toda a projeção. Nada mais que isso. Se o filme falha com seu público alvo, imagine como ficam os adultos nessa história? Ele só é recomendado para quem acha engraçado ver personagens digitais emulando as danças da Beyonce. E olhe lá, pois isso já pode ser visto no trailer.

Assim como Garfield (2004) e Scooby-Doo (2002), que usavam a mesma artimanha de criar digitalmente os personagens principais, Alvin e os Esquilos 2 consegue dar vida a figuras convincentes na telona. Mas também, igual aos dois filmes supracitados, tem sérios problemas na hora de transportar os personagens para o cinema. Garfield e Scooby-Doo são ótimos desenhos animados, mas que tiveram péssimas releituras ao chegar às telonas. Alvin e os Esquilos sofre do mesmo mal. Não deixa de ser curioso que todas estas produções tenham resultados finais tão medíocres, usando o mesmo tipo de tecnologia. Até porque, o problema deles não está na forma, e sim no conteúdo.

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é crítico de cinema, membro da ACCIRS - Associação de Críticos de Cinema do Rio Grande do Sul. Jornalista, produz e apresenta o programa de cinema Moviola, transmitido pela Rádio Unisinos FM 103.3. É também editor do blog Paradoxo.
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