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Crítica


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Sinopse

Jim, Michelle, Stifler voltam a se encontrar na East Great Falls após 13 anos de sua formatura secundarista para relembrar as histórias da adolescência e matar saudades.

Crítica

Quando o primeiro filme foi lançado, em 1999, o título completo em português era American Pie: A Primeira Vez é Inesquecível. Pois então, o tempo tratou de mostrar que, de fato, essa história não era tão memorável assim. Afinal, mesmo com todo o sucesso alcançado – mais de US$ 235 milhões nas bilheterias de todo o mundo – a trama não apresentava nada que o justificasse. Por isso que foram surpreendentes as duas sequencias oficiais e mais quatro direto pra vídeo, tornando a marca um verdadeiro fenômeno. E agora a série ganha um novo fôlego da forma mais óbvia possível: American Pie: O Reencontro marca a reunião da turma... treze anos após a formatura! Putz, não poderiam ter esperado até os 15?

A turma toda de American Pie esteve presente apenas no primeiro e no segundo, American Pie 2: A Segunda Vez é Ainda Melhor, de 2001. No terceiro, American Pie: O Casamento (2003), alguns dos atores principais já haviam caído fora, e nos feitos para televisão apenas Eugene Levy (o pai do Jim) esteve em todos. Esta é, portanto, a grande “novidade” de American Pie: O Reencontro – conferir o elenco original reunido por completo mais uma vez. A história começa quando Jim (Jason Biggs) e Michelle (Alyson Hannigan), já casados e com um filho pequeno, são convidados para esse fim de semana especial. Lá se deparam com os antigos amigos: Oz (Chris Klein) e Heather (Mena Suvari), que não namoram mais mas se descobrem novamente apaixonados, Kevin (Thomas Ian Nicholas) e Vicky (Tara Reid), que também não estão mais juntos e precisarão resolver o que sentem um pelo outro, Finch (Eddie Kaye Thomas), que chega de uma viagem pelo mundo, e Stifler (Seann William Scott), o mais aloprado e sem noção de todos, que continua exatamente onde o vimos pela última vez: desesperado por sexo e bebidas.

O terceiro episódio da série já contou com alguns desfalques no elenco justamente porque temiam ficar presos a somente um personagem e desejavam explorar melhor suas possibilidades em outros projetos. Ou ao menos era nisso que acreditavam. Agora, quase dez anos depois do último filme “oficial”, o cenário entre eles está bem diferente. Nenhum se tornou uma grande estrela, e de promessas na juventude se tornaram celebridades que correm o risco de serem esquecidas rapidamente ou de terem que se conformar com algum seriado na televisão de maior ou menor impacto na mídia. Esse filme, portanto, foi a grande chance de, mais uma vez, colocá-los no topo. Só que não foi bem assim. Os diretores Jon Hurwitz e Hayden Schlossberg (da trilogia Harold & Kumar) não apresentam nada de novo neste quarto episódio, e tudo o que vemos são trapalhadas, confusões e bobagens tipicamente adolescentes, com a diferença de que os protagonistas não estão mais nessa faixa etária. Ou seja, em alguns momentos é até patético.

American Pie: O Reencontro só não naufraga por completo por três personagens: Stifler, que desde o princípio é o mais engraçado e divertido com todas as suas bizarrices e taras; o pai do Jim, o mais icônico de todos os tipos da série; e a mãe do Stifler (Jennifer Coolidge, atriz que não precisa nem abrir a boca pra já nos fazer rir), que ganha um parceiro tão improvável quanto apropriado! Sem eles não haveria nem porquê ver este filme. Há algumas piadas divertidas, algumas situações realmente hilárias, mas no final o sentimento que fica é de uma nostalgia por algo que sabemos que antes foi muito melhor. Mais sábio teria sido deixá-lo lá atrás, com aquele carinho específico, sem mudanças ou reinvenções. Afinal, todo mundo já passou por estes reencontros de turma, e sabemos que o inevitável é ter pela frente muito mais constrangimentos do que verdadeiro prazer.

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é crítico de cinema, presidente da ACCIRS - Associação de Críticos de Cinema do Rio Grande do Sul (gestão 2016-2018), e membro fundador da ABRACCINE - Associação Brasileira de Críticos de Cinema. Já atuou na televisão, jornal, rádio, revista e internet. Participou como autor dos livros Contos da Oficina 34 (2005) e 100 Melhores Filmes Brasileiros (2016). Criador e editor-chefe do portal Papo de Cinema.
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