Amor é Tudo o Que Você Precisa
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Susanne Bier
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Den skaldede frisør
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2012
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Dinamarca / Suécia / Itália / França / Alemanha
Crítica
Leitores
Sinopse
Por conta dos festejos de um casamento, duas famílias de temperamentos e culturas muito diferentes dividem uma casa de campo num cenário idílico da Itália. Porém, nada realmente acontece como foi planejado.
Crítica
Após uma série de longas intensos e bastante profundos, culminando no vencedor do Oscar de Melhor Filme Estrangeiro Em Um Mundo Melhor (2010), a diretora dinamarquesa Susanne Bier decidiu relaxar. E é com a comédia romântica levemente dramática Amor é tudo o que você precisa que ela volta às telas, um trabalho que, se por um lado destoa quase que por completo de tudo que ela fez antes, por outro busca ir além do óbvio em espaços que não oferecem muitas oportunidades. No entanto, ninguém poderá acusá-la de não tentar fugir dos clichês mais comuns do gênero. Ainda que não faça muita diferença após o acender das luzes.
A bela e competente Trine Dyrholm (já vista em filmes como o perturbador Festa de Família, 1998, e o recente O Amante da Rainha, 2012) é uma mulher comum. Cabelereira, está finalmente conseguindo superar uma batalha muito pessoal contra um câncer de seio, que deixou como consequências uma peruca e uma mama a menos. Mas era feliz e acreditava no melhor da vida, ao menos até chegar em casa, após uma sessão de quimioterapia, e encontrar o marido no sofá da casa transando com uma garota com a metade da sua idade. Se após o flagrante ele decide abandoná-la e assumir o romance juvenil, a mulher prefere acreditar que a surpresa é apenas uma fase que logo será superada. E se concentra no casamento da filha, que irá acontecer no ensolarado sul da Itália, longe da gélida e distante Dinamarca.
Bem diferentes são as expectativas de Philip (Pierce Brosnan, adequado), o pai do noivo, um viúvo que se atirou no trabalho após a perda da esposa. Os dois, quando se encontram, não demonstram muita simpatia um pelo outro, mas a convivência forçada irá despertar neles uma atração insuspeita. Afinal, não será a falta de cabelos ou o corpo dela (numa bela e delicada cena de nudez à beira da praia) que irá conquistar a atenção dele. São as conversas, os interesses, as afinidades. Por mais diferentes que eles sejam. O despertar do amor em pessoas já maduras, com filhos casados e tal, é feito de forma bonita e sem exageros, bem como deve ser – ou como gostaríamos que fosse na vida real.
O problema é que Amor é tudo o que você precisa não se contenta com apenas essa linha narrativa, acrescentando tanto que o foco acaba se perdendo. Há a relação do ex-marido com a ninfeta que quer mais é flertar com todo mundo, há o casal jovem prestes a se casar e cheio de dúvidas, a tia inconveniente que fica se oferecendo para o ex-cunhado ao mesmo tempo em que ignora os problemas da filha adolescente, ou ainda o rapaz que precisa ir para a guerra e volta ferido. Questões como preconceito físico e social, homossexualidade, medo da solidão e descontrole profissional sem a contrapartida familiar são todas jogadas no mesmo liquidificador. Atira-se para todos os lados, e acerta-se em poucos alvos.
Susanne Bier é uma realizadora acima da média, e seus trabalhos nunca podem passar desapercebidos. Longas como Brothers (2004), que depois foi refilmado nos Estados Unidos com o título Entre Irmãos (2009), ou Coisas que perdemos pelo caminho (2007), com Halle Berry e Benicio Del Toro, mesmo sem serem unanimidades possuem elementos que os diferenciam da média justamente por não se conformarem com as soluções mais simplistas. Por isso que soa tão curioso – para não dizer estranho – conferi-la à frente de um projeto como Amor é tudo o que você precisa, que é fácil de ser visto e apreciado, ainda que perfeitamente esquecível. Mas tudo bem, ela conquistou esse direito, e todo mundo precisa de uma certa leveza uma vez que outra.
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Grade crítica
Crítico | Nota |
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Robledo Milani | 6 |
Ailton Monteiro | 6 |
MÉDIA | 6 |
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