Crítica
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Sinopse
Ben é obcecado pelo time de baseball Boston Red Sox. Em dado momento, ele conhece Lindsey Meeks, por quem se apaixona de imediato. O relacionamento subsequente segue muito bem, isso até ela perceber que sempre fica em segundo plano quanto ao time por ele tão adorado.
Crítica
O escritor inglês Nick Hornby é considerado a versão masculina de Helen Fielding, a criadora de Bridget Jones. Os livros dele falam dos problemas dos homens modernos de uma maneira pop, despreocupada e, por vezes, até mesmo um tanto superficial. São dramas do cotidiano, ainda sob uma visão estereotipada, mas pretensamente “máscula”. Este universo foi visitado pelos cinéfilos em longas como Alta Fidelidade (2000), Um Grande Garoto (2002) e até mesmo em Febre de Bola (1997), que agora ganha um remake hollywoodiano homônimo – mas que por aqui foi rebatizado como Amor em Jogo. Essa mudança nacional, ao menos, é mais honesta: se na primeira adaptação o foco era o esporte, a questão crucial agora parece ser o envolvimento romântico do protagonista. O que termina por deixar o resultado ainda mais genérico do que se poderia esperar.
São sabidas as diferenças culturais entre a Inglaterra e os Estados Unidos, inclusive na própria língua inglesa. Mesmo assim, causa espanto como esse romance chegou a ser tão alterado nessa refilmagem, a ponto de se tornar quase irreconhecível aos próprios fãs. O livro Febre de Bola, ao cruzar o Atlântico, não só mudou de título (um reflexo da versão nacional em português) como modificou também várias circunstâncias e até mesmo a personalidade dos seus personagens. A principal dessas mudanças foi o esporte em questão: antes futebol, agora baseball. Isto sem falar do protagonista, que de um homem passou a ser uma mulher.
Amor em Jogo acompanha a relação amorosa que surge entre um professor de matemática, apaixonado pelo time Red Sox, de Boston, e uma executiva sem tempo para o amor que, decididamente, não quer ficar em segundo plano nas prioridades dele. Ela, a princípio, até acha engraçada a fixação de torcedor dele. Mas, quando percebe que aquilo beira o vício e a loucura, passa a impor limites, o que pode colocar em risco a natureza – e a própria sobrevivência – do romance. Será neste momento em que ele terá que parar por instantes e refletir se as escolhas que tem feito durante sua vida são, realmente, as mais corretas.
Seguindo passo a passo as principais diretrizes da cartilha das comédias românticas, Amor em Jogo pouco inova em sua narrativa. Os poucos momentos de maior interesse são os jogos, feitos em locação e filmados com realismo. Ainda que não chegue a ser virtuoso ou mesmo impressionante, destoa de modo positivo do resto. Quanto ao elenco, o apresentador Jimmy Fallon consegue, ao menos, conter o histrionismo visto em Taxi (2004) ou no programa humorístico Saturday Night Live (1998-2019). Mas tem uma presença apagada, nada charmosa. Já Drew Barrymore é adorável, mas também não encontra espaço para se destacar. Sua composição é a mesma de outras produções por ela estreladas, como Nunca Fui Beijada (1999) ou Como se fosse a primeira vez (2004), entre tantos outros.
Barrymore, aliás, é uma das produtoras de Amor em Jogo, o que significa que muitas das opções artísticas passaram pela aprovação dela. Como a escolha dos irmãos Peter e Bobby Farrelly para a direção. Os dois tinham como missão transformar este longa em algo mais palatável para o público norte-americano. Não que tenham sido bem-sucedidos na estratégia, já que mal conseguiu se pagar nas bilheterias. Mas esse resultado mediano não deve ser resultado apenas de um ou outro elemento; é sim resultado do conjunto, prova do maltrato que o gênero costuma receber. Afinal, realizar algo que se destaque neste cenário tão seco por novas idéias é mais do que mera questão de sorte: exige talento e dedicação. Algo em falta nessa produção.
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Grade crítica
Crítico | Nota |
---|---|
Robledo Milani | 4 |
Sarah Lyra | 5 |
Lucas Salgado | 6 |
Alysson Oliveira | 5 |
Chico Fireman | 6 |
MÉDIA | 5.2 |
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