Crítica
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Sinopse
Um norte-americano leva a sua amada europeia para os Estados Unidos. Eles se casam, inclusive para ela ter direito à estadia no país americano. Mas, quando o relacionamento começa a azedar, isso é posto em xeque.
Crítica
A primeira imagem de divulgação para Amor Pleno (2012), de Terrence Malick, foi uma prévia da poesia que o mais novo trabalho do cineasta conteria: um casal em close (Ben Affleck e Rachel McAdams), com sentimentos indecifráveis em suas faces e um campo de trigo ao fundo. 18 meses depois, a obra finalmente foi apresentada no Festival de Veneza com uma recepção mista, porém pouco entusiasmada. Algumas das primeiras impressões sugeriram que Malick não se dedicara tempo o suficiente na produção do filme, considerando os longos hiatos entre a concepção e o lançamento de cada um de seus títulos. No entanto, a poesia pressuposta pelo still publicitário era modesta quando comparada à delicadeza de Amor Pleno, que, com a exceção de alguns pequenos deslizes, é um dos trabalhos mais completos do autor norte-americano.
Sinopses são desnecessárias para Amor Pleno, que vai muito além de seu enredo e personagens. Mais uma vez, Malick questiona a natureza humana em conflito com questões comuns, porém conflituosas em suas soluções – separação, saudade, infidelidade, ausência, perda. Sua narrativa se inclina para um formato levemente mais tradicional do que a apresentada em A Árvore da Vida (2011) e parte de uma perspectiva mais profunda, coerente e gratificante.
A fotografia gloriosa de Emmanuel Lubezki segue as linhas do filme anterior de Malick, com as mesmas steadicams fluidas que invadem o íntimo de cada ambiente e personagem. Os campos de trigo, a água e outros elementos característicos do cinema de Malick preenchem quadros com uma beleza singular, assim como os fluidos enquadramentos de atores, que por vezes escapam dos rostos e olhares para atribuir aos menores gestos a importância usurpada de diálogos que inexistem.
Como já é amplamente conhecido, os filmes de Terrence Malick são efetivamente criados na sala de edição, onde alguns deles já permaneceram durante anos nas mãos de diferentes montadores. Com o trabalho de cinco editores e o rígido acompanhamento do diretor, as cenas previamente gravadas com Rachel Weisz, Barry Pepper, Amanda Peet, Michael Sheen e Jessica Chastain foram descartadas de Amor Pleno. Tal decisão permite um desenvolvimento mais satisfatório para as relações dos personagens retratados e beneficia as atuações de Ben Affleck, Rachel McAdams, Javier Bardem e Olga Kurylenko – esta que toma para si cada uma de suas sequências com desempenho louvável e inesquecível.
No Brasil, Amor Pleno chega às telas depois de dois anos da estreia de A Árvore da Vida, algo inédito para o realizador que já passou mais de 20 anos sem filmar entre Cinzas no Paraíso (1978) e Além da Linha Vermelha (1998). Sendo assim, nada mais correto que não esperar para breve algum dos próximos projetos do cineasta: Cavaleiro de Copas (2013), com Natalie Portman e Christian Bale, e sua produção sem título sobre o universo da música, a ser estrelada por Ryan Gosling e Rooney Mara. Independentemente de quaisquer de suas idiossincrasias, Malick se posiciona entre os poucos criativos do cinema estadunidense com algo novo e relevante a apresentar.
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FILME HOORÍÍÍVEEEELLLLL !!! Tão ruim quanto A Árvore da Vida. Este Amor Pleno parece me que foi editado as pressas e ficou faltando partes, já ouviram o ditado "sem pés e sem cabeças"...pois então...não consegui achar neste filme nenhum pé e nenhuma cabeça !!! O que salva um pouco este filme, mais bem pouquissímo ???...é a fotografia e narrativa sobre Deus. N.T.: Acho que este Terrence Malik fuma maconha antes de dirigir estes filmes, e acho que é maconha estragada (se é que existe). kkk