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Sinopse

Viktor, o cruel rei dos vampiros, tem perseguido e escravizado os lycans, uma linhagem de lobisomens nascidos humanos, por séculos. Este tirano ancião exige prata dos nobres, com o propósito de manter o controle dos seus escravos bestiais. Enquanto cresce, o jovem Lucian se apaixona pela filha de Viktor, Sonja, uma vampira insubordinada e imprudente. Juntos, Sonja e Lucian orquestram uma batalha épica, que marca o início de uma longa guerra entre vampiros e lobisomens.

Crítica

Apesar deste ser o terceiro episódio da saga Anjos da Noite, foi sábia a decisão dos distribuidores em ocultar o número “3” no título: A Rebelião, na verdade, é o ‘filme 0’, pois sua trama se passa antes dos acontecimentos vistos nos dois longas anteriores. E se por um lado ela se desenvolve sem grandes sustos e de forma bem regular, com certeza irá fazer a festa dos fãs do gênero.

Como vimos em Anjos da Noite (2003) e Anjos da Noite: A Evolução (2006), estamos diante da eterna briga entre vampiros e lobisomens. Em Anjos da Noite: A Rebelião, no entanto, descobrimos como foi o início desta rivalidade. As criaturas noturnas sedentas por sangue estão unidas num clã liderado por Viktor (Bill Nighy). Ele domina não só seus iguais, como também os humanos das redondezas, que lhes pagam tributos regulares, e os próprios lobos, criaturas muito mais selvagens do que humanas. Mas algo está mudando. E uma nova espécie está surgindo, os lycans, lobisomens igualmente poderosos, porém dotados de mais sabedoria e inteligência. E o líder destes virá a ser Lucian (Michael Sheen), que cansado da escravidão e dos maus-tratos irá liderar uma revolta contra os opressores. O grande problema, no entanto, será a paixão que ele sente por Sonja (Rhona Mitra), filha de Viktor!

Anjos da Noite: A Rebelião, talvez por não contar com os cuidados imediatos dos seus criadores, o diretor Len Wiseman (que ficou desta vez responsável apenas pela produção e pelo roteiro) e a protagonista Kate Beckinsale (que faz apenas uma ponta não creditada no final), teve o pior desempenho dos três longas nas bilheterias. Se o primeiro filme arrecadou mais de US$ 95 milhões em todo o mundo e a continuação ultrapassou a marca dos US$ 110 milhões, esta terceira parte teve que se contentar com números inferiores à US$ 90 milhões. Lançado no início de 2009 nos Estados Unidos, somente agora, três meses depois, é que chegou aos nossos cinemas, e de forma um tanto discreta. O que deixa bem clara a sua vocação: um produto bem mais recomendado para os já iniciados na saga e neste universo fantástico.

Marcando a estreia na direção do técnico em efeitos especiais Patrick Tatopoulos, Anjos da Noite: A Rebelião não tenta inovar nem provocar grandes emoções, mas ao menos consegue prender a atenção do espectador, seja pelo formato enxuto (são apenas 90 minutos!) ou pela objetividade do roteiro, que não possui muitos rodeios nem reviravoltas. Assim, com atores já habituados com seus personagens, temos uma satisfatória introdução a uma trilogia que obviamente já disse o que tinha a ser dito, e que desta forma chega a uma conclusão fechando dignamente um ciclo descartável, porém divertido e bastante curioso.

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é crítico de cinema, presidente da ACCIRS - Associação de Críticos de Cinema do Rio Grande do Sul (gestão 2016-2018), e membro fundador da ABRACCINE - Associação Brasileira de Críticos de Cinema. Já atuou na televisão, jornal, rádio, revista e internet. Participou como autor dos livros Contos da Oficina 34 (2005) e 100 Melhores Filmes Brasileiros (2016). Criador e editor-chefe do portal Papo de Cinema.
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