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Crítica


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5 votos 6.4

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Sinopse

Após passar anos em estado de coma induzido, a vampira Selene desperta e descobre que tem uma poderosa filha metade lobisomem, metade vampira. Agora Selene precisa defender a menina de um grupo de assassinos de lobisomens.

Crítica

Quando o primeiro Anjos da Noite (2003) foi lançado, ninguém dava nada por ele. No fim das contas, com um orçamento de 22 milhões de dólares, o longa sobre vampiros e lobisomens arrecadou quase cinco vezes mais que o custo original no mundo todo. Não era um primor em ação e originalidade, mas com certeza muito divertido. Três anos depois veio mais um filme, A Evolução (2006), que custou o dobro, mas não arrecadou tanto, apesar da qualidade se manter. E finalmente, em 2009, chegou o terceiro capítulo, A Rebelião (2009), que nada mais era do que uma prequel, uma origem sobre a série, e que também não fez feio na bilheteria. Em tempos de Saga Crepúsculo, vampiros e lobisomens bonitinhos que vivem na luz e afins, era um alívio ver personagens clássicos serem tratados com mais fidelidade sem os filmes deixarem de ser uma boa diversão. Agora chega aos cinemas o quarto longa, Anjos da Noite: O Despertar, e a pergunta que fica é: por que fazer mais uma continuação? Desta vez, o orçamento bem maior (70 milhões de dólares), em mais de um mês em cartaz, só agora consegue se pagar na bilheteria dos EUA. E dá para entender porque este foi o maior fracasso da série, pois também é o pior capítulo da história.

E pensar que a premissa até era boa: revoltados com os vampiros e os lobisomens, as autoridades do mundo empreendem uma caçada e exterminam praticamente todos os Lycans e sanguessugas existentes, inclusive Michael, o amor da heroína da série. A sequência de ação que abre o filme é bem feita, cheia de tiros, correria e lutas. Nada original, mas também nem um pouco ruim. Assim, capturada para experiências em um laboratório, Selene (Kate Beckinsale) é congelada e acorda 12 anos depois descobrindo que tem uma filha e que a guerra entre vampiros e alguns poucos lobisomens continua. E aí começa um tropeço após o outro no longa, que se perde em um roteiro confuso, cheio de clichês e com soluções tão ridículas para os dramas apresentados que a única vontade é de sair correndo do cinema.

Kate Beckinsale, que nunca foi uma super atriz, mas sempre se mostrou digna em seus trabalhos (especialmente por causa de Anjos da Noite virou uma das heroínas dos cinemas do século XXI), aqui parece ter interpretado no piloto automático. Caras, bocas e poses não faltam a ela, que visivelmente fez o filme sem vontade nenhuma. O mesmo pode-se dizer do irlândes Stephen Rea, que há vinte anos foi indicado ao Oscar de melhor ator por Traídos pelo Desejo (1992), e hoje parece nem saber o que faz em cena como o médico-cientista que não sabemos de que lado está. Rea deve estar precisando pagar o aluguel para participar de uma bomba como essa.

Pior ainda são os coadjuvantes. Não tem um que se salva. Temos Wes Bentley com uma participação tão inútil que o ator sequer é creditado. Há ainda o inglês Theo James, que já no seu primeiro papel de destaque não consegue fazer muita coisa em cena. Mas eis que temos um seríssimo candidato ao Framboesa de Ouro do ano que vem: Michael Ealy. O personagem, um investigador da polícia, até seria interessante: sua mulher havia sido transformada em uma vampira, mas eles continuaram juntos escondendo este fato de todo mundo até a caçada empreendida pelos humanos, na qual ela foi morta. O problema é que não há um pingo de dramaticidade na “interpretação” desta pessoa que, pasmem, ainda ajuda a heroína na maior parte do filme. E nós, aqui do outro lado da série, torcemos a cada minuto para que ele seja morto por algum Lycan. O lado bom de Anjos da Noite: O Despertar é que o filme estreou quando ainda havia boa parte dos filmes indicados e ganhadores do Oscar em cartaz. Ou seja, uma dica bastante propícia para que esta bomba fosse evitada. Certamente, o pior episódio de toda a saga.

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é crítico de cinema, apresentador do Espaço Público Cinema exibido nas TVAL-RS e TVE e membro da ACCIRS - Associação de Críticos de Cinema do Rio Grande do Sul. Jornalista e especialista em Cinema Expandido pela PUCRS.
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Grade crítica

CríticoNota
Matheus Bonez
2
Roberto Cunha
6
MÉDIA
4

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