Crítica
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Sinopse
Mr. Peabody é o cão mais inteligente do mundo. Ele acaba de construir uma máquina do tempo, que é roubada por uma pessoa que pretende fazer várias viagens pelo futuro e passado. Imediatamente, o cão e seu ser humano de estimação, Sherman, devem correr para retomar sua invenção e impedir mudanças drásticas na história da humanidade.
Crítica
Recriar clássicos da televisão para versões repaginadas no cinema é especialidade em Hollywood. Desta vez, a Dreamworks buscou inspiração no final dos anos 1950 e início dos 1960 para dar nova vida ao cão mais inteligente do mundo e seu filho humano adotivo. Assim nasceu As Aventuras de Peabody e Sherman, divertida animação baseada nos personagens criados para a série Alceu e Dentinho e que depois ganharam noventa e um curtas-metragens na televisão.
A trama mistura elementos futuristas com fatos históricos, sendo educativa para crianças e divertida com suas ironias para os adultos. Peabody (voz de Ty Burrell no original e de Alexandre Borges nas cópias dubladas) é tão inteligente que criou uma máquina do tempo para ensinar história para o filho. Quando Sherman começa a ir à escola, vira alvo de bullying de Penny, a garota mais popular da escola, e a morde. Para não perder a guarda do rapaz perante uma assistente social que não gosta dele, o cachorro convida os pais da menina para um jantar e resolver a questão. Só que Sherman e Penny acabam usando a máquina do tempo e Peabody precisa ajuda-los nesse interim.
Visualmente, a animação é impressionante, com vários elementos coloridos, de fácil distração para os pequenos e até para os mais velhos. Os cortes rápidos nas cenas ajudam a manter o interesse da trama que, se não tem nada de muito novo, diverte ao brincar com fatos e personagens, como a Queda da Bastilha, Maria Antonieta e seus bolos, a perturbação de Da Vinci que não consegue pintar o sorriso de Mona Lisa, a ascensão do faraó Tutankamon e o presente de grego da Guerra de Tróia.
Por outro lado, o desenvolvimento dos personagens acaba superficial. A relação de Sherman e Penny, que de ódio passa para amizade, é feita de forma quase brusca, transformando a menina, de garota odiável para amorosa em pouco tempo. Um pouco melhor é a relação entre pai e filho, ainda que caia nos clichês da superproteção do cão com a rebeldia inesperada do garoto, mas os dois são adoráveis, especialmente Peabody. O fato do cão não conseguir falar “eu te amo” para o filho com estas exatas palavras pode soar frio, mas percebe-se o sentimento verdadeiro que ele tem por Sherman a todo instante. Afinal, por mais racional que seja, Peabody descobre que seu ponto fraco, seu emocional, reside no filho adotado, especialmente quando o garoto corre perigo.
O diretor Rob Minkoff já foi do céu ao inferno, dirigindo o inesquecível O Rei Leão (1994), o ótimo O Pequeno Stuart Little (1999) - e sua continuação de 2002 -, além da pífia comédia Assalto em Dose Dupla (2011). Com um clássico da Disney em seu currículo, era de se esperar um pouquinho mais de seu retorno às animações. Não que As Aventuras de Peabody e Sherman seja fraco ou ruim. Muito pelo contrário. Se 2013 foi de pouco destaque para o gênero, este filme, ao lado de Uma Aventura Lego (2014), tem mostrado que este ano as animações estão mais divertidas e relevantes. Talvez tenha faltado um pouco mais de ousadia e aprofundamento para que o longa do cão mais inteligente do mundo se tornasse um grande filme. Ainda assim, é um bom entretenimento para a família.
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Grade crítica
Crítico | Nota |
---|---|
Matheus Bonez | 6 |
Thomas Boeira | 7 |
Edu Fernandes | 7 |
MÉDIA | 6.7 |
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