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Sinopse

Para se infiltrar na alta sociedade, dois atrapalhados agentes do FBI se disfarçam de princesas patricinhas. Como era de se esperar, tudo dá errado e eles se metem em uma confusão atrás da outra.

Crítica

É cada vez mais triste constatar como os norte-americanos vêem-se a si próprios e, principalmente, a sua juventude. Se levarmos em conta a comédia besteirol As Branquelas, uma monstruosa perda de tempo respaldada por um sucesso de público de  US$ 70 milhões somente nos Estados Unidos (e mais de US$ 100 milhões em todo o mundo), o futuro da maior nação do mundo está prestes a ser entregue a um bando de descerebrados que se preocupam apenas com futilidades como aparência e com quanto se tem na conta bancária. Certamente um cenário nada promissor.

Escrito, dirigido e interpretado pelos irmãos Wayans, responsáveis também pelo deboche Todo Mundo em Pânico (2000) – o que já dá uma boa noção do tipo de humor deles – As Branquelas acompanha dois policiais do FBI que andam em baixa devido à incompetência de ambos. Eles recebem como última chance a missão de serem guarda-costas de duas patricinhas em férias de verão que estão sendo ameaçadas de seqüestro. Um incidente (nem queiram saber...) as impede de comparecer ao local especificado, e para não perderem o emprego resolvem se travestir e ocupar o lugar delas.

Aliás, é isso justamente que rende a única piada, ainda que involuntária, de todo o filme: é impressionante como os demais personagens – sem exceção – simplesmente não percebem que no lugar das garotas aguardadas estão dois homens negros com mais de 1,80 de altura, fazendo uso de máscaras horripilantes e perucas mal-ajustadas, tratando a todos como se fossem as próprias. Quando as verdadeiras e as cópias chegam a ficar frente à frente, agem como se estivessem diante a um espelho. Parece mais uma versão “dia das bruxas de mau gosto” do divertido Cuidado com as Gêmeas (1988), só que sem nem a metade do humor das talentosas Bette Midler e Lily Tomlin.

Os realizadores de As Branquelas demonstram durante todo o filme a visão limitada que possuem em relação ao gênero cômico, pois acreditar que graça está apenas em piadas escatológicas, sexualmente agressivas e em níveis abaixo de qualquer q.i. razoável é uma demonstração muito limitada de visão. Tudo é depreciativo, constrangedor e ofensivo, numa exibição que provavelmente irá revoltar os mais sensíveis. Agora, já conhecendo sua premissa e quem esta por trás do projeto, a pergunta mais óbvia é: por que assisti-lo? Afinal, até o tempo dispendido com essa “obra” é um preço alto demais pelo que ela oferece em retorno.

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é crítico de cinema, presidente da ACCIRS - Associação de Críticos de Cinema do Rio Grande do Sul (gestão 2016-2018), e membro fundador da ABRACCINE - Associação Brasileira de Críticos de Cinema. Já atuou na televisão, jornal, rádio, revista e internet. Participou como autor dos livros Contos da Oficina 34 (2005) e 100 Melhores Filmes Brasileiros (2016). Criador e editor-chefe do portal Papo de Cinema.
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