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Sinopse

Prestes a ser despejado de sua casa, o menino Fool aceita participar de um assalto para tentar conseguir meios de permanecer. No entanto, ao chegar ao local do crime, ele e seu comparsa se deparam com algo inesperado.

Crítica

Mistura braba do típico estilo gore de Wes Craven com... Os Goonies (1985)?! As Criaturas Atrás das Paredes é uma solução de água e óleo em repouso, em que é possível se distinguir precisamente o lado bem-humorado do cineasta, tão bem aplicado em A Hora do Pesadelo (1984) e Pânico (1996), daquele lado que sabe criar tensão. Infelizmente, ao contrário destes outros projetos em que a fórmula de Craven funciona tão homogeneamente, aqui é irritante a inconstância no tom que o longa assume. Ele é um bom diretor, mas um roteirista medíocre que funciona apenas ocasionalmente.

Quando dois gananciosos proprietários colocam toda uma comunidade para viver na rua, um garotinho apelidado Tolo (Brandon Adams) se junta ao criminoso Leroy (Ving Rhames) para invadir a mansão do casal e roubar uma suposta fortuna em moedas de ouro colecionáveis. Porém, uma vez dentro do sinistro casarão, eles descobrem nuances muito mais doentias dos vilões, além da tirania com seus inquilinos. Decidido a tirar uma garota refém de dentro daquele cativeiro, a ingênua Alice (A.J. Langer), Tolo acaba ficando também preso lá, junto com os bandidos e outras coisas estranhas e misteriosas.

Enquanto os enigmas oferecidos pela casa dos antagonistas são explorados por Tolo, Craven consegue manter algum interesse e bastante tensão. O excelente design de produção ajuda, pois faz uso dos labirínticos corredores e das inúmeras passagens entre eles. Contudo, os ângulos oblíquos de câmera, servindo a cenas de perseguição repetitivas ainda no primeiro ato, buscam o conceito expressionista sem muita justificativa. É um verdadeiro porre ter de aturá-los de novo e de novo, ainda mais quando intercalados com piadinhas bobas, como na passagem que traz um cão escorregando numa rampa, minutos depois de outra que mostra um assassino frio e cruel eviscerando um cadáver na frente de uma criança.

Incongruências como essa fazem do projeto inconsistente, como se mudasse de ideia sobre que filme quer ser, de cena em cena. Na verdade, é exatamente o que acontece. Craven tenta conciliar seus dois tinos numa história que talvez pedisse Joe Dante no comando. O resultado é muitas vezes patético, eventualmente interessante, mas, em geral, embaraçoso.

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é formado em Produção Audiovisual pela PUCRS, é crítico e comentarista de cinema - e eventualmente escritor, no blog “Classe de Cinema” (classedecinema.blogspot.com.br). Fascinado por História e consumidor voraz de literatura (incluindo HQ’s!), jornalismo, filmes, seriados e arte em geral.
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