Crítica
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Sinopse
A repórter April O'Neil é salva por tartarugas mutantes. A humana descobre que as tartarugas combatem o crime desde que foram contaminadas por uma substância radioativa que circula nos esgotos de Nova Iorque.
Crítica
Criadas em 1984 por Kevin Eastman e Peter Laird em histórias em quadrinhos que seguiam um tom mais sério, as Tartarugas Ninja vieram a fazer um grande sucesso pouco tempo depois, com vários produtos que cativavam, principalmente, as crianças. Nisso entra, por exemplo, a famosa série animada na televisão, que com toda sua diversão marcou os dias de quem cresceu nas décadas de 1980 e 1990. Sendo assim, foi apenas questão de tempo até elas chegarem pela primeira vez às telonas. Isso ocorreu neste As Tartarugas Ninja, filme leve lançado em 1990 que consegue fazer graça ocasionalmente.
Escrito por Todd W. Langen em parceria com Bobby Herbeck a partir do argumento deste último, As Tartarugas Ninja acompanha os personagens-título Leonardo (David Forman e voz de Brian Tochi), Raphael (Josh Pais), Michelangelo (Michelan Sisti e voz de Robbie Rist) e Donatello (Leif Tilden e voz de Corey Feldman). Ao lado de seu mestre, o rato Splinter (Kevin Clash), eles lutam contra o Clã do Pé, que vem cometendo crimes em Nova York sob as ordens do Destruidor (James Saito e voz de David McCharen). Ao descobrir o lugar onde o grupo reside, o Clã sequestra Splinter, e é então que as Tartarugas se empenham a encontrar e salvar seu mestre, tendo para isso a ajuda da repórter April O’Neal (Judith Hoag) e do vigilante Casey Jones (Elias Koteas).
Através da breve sequência inicial que apresenta uma reportagem de April sobre os crimes do Clã do Pé, o filme deixa claro que irá abraçar com gosto suas raízes infantis. Quando roubos são realizados, eles acontecem rapidamente em sequências que as pessoas (ou a própria câmera) desviam o olhar, o que vale até para um caminhão lotado de produtos. É um detalhe que lembra o bom humor de desenhos animados, e o diretor Steve Barron (que nunca fez nada de muito relevante, sendo que este é o trabalho mais expressivo de sua carreira) mantém isso ao longo de toda a narrativa. Isso fica evidente ainda no flashback que mostra as origens das Tartarugas ou pelas próprias gags desenvolvidas pelo roteiro, que funcionam razoavelmente bem na maioria das vezes. Como, por exemplo, quando os heróis estão na casa de April e precisam se esconder rapidamente.
No entanto, se por um lado é bem alto astral ver o divertimento em volta dos personagens e a dinâmica entre eles, por outro o filme em vários momentos se revela muito bobo. A subtrama romântica entre April e Casey, por exemplo, é o velho clichê do “casal que se odeia, mas se ama”, se desenvolvendo de maneira bem óbvia. O roteiro também concentra um pouco de seu tempo no aborrecido Danny (Michael Turney), filho rebelde do chefe de April e que se envolve com o Clã do Pé. Ele acaba sendo, de certa forma, o centro da mensagem que o filme tenta passar a respeito de jovens que se envolvem com más influências, que, apesar de nobre, não deixa de ser um tanto desinteressante pelo modo como é tratada.
Já as cenas de ação divertem graças ao bom humor dos personagens, que compensa o fato de serem conduzidas por Barron de um jeito meio desengonçado. Além disso, o filme tem a vantagem de contar com as roupas concebidas por Jim Henson e sua equipe, que soam datadas hoje, mas que ainda assim convincentes pelo peso que tem em cena e pela eficiência no modo como retratam a locomoção e as expressões faciais dos heróis. Assim, As Tartarugas Ninja pode ser precário em alguns aspectos, mas ainda é infinitamente superior ao recente e desastroso blockbuster produzido por Michael Bay. Até porque aqui ao menos é possível beber uma dose de nostalgia.
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Grade crítica
Crítico | Nota |
---|---|
Thomas Boeira | 6 |
Cecilia Barroso | 4 |
Alysson Oliveira | 3 |
Carlos Helí de Almeida | 3 |
MÉDIA | 4 |
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