Assassino a Preço Fixo 2: A Ressurreição
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Dennis Gansel
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Mechanic: Resurrection
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2016
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EUA / França
Crítica
Leitores
Sinopse
Arthur Bishop é obrigado a reativar seu lado criminoso quando o amor de sua vida é sequestrado. Na mão do inimigo, ele é forçado a viajar pelo mundo para completar três impossíveis assassinatos e fazer o que sabe melhor: fingir que foram acidentes.
Crítica
Após ter participações menores em Os Mercenários 3 (2014), A Espiã que Sabia de Menos (2015) e Velozes e Furiosos 7 (2015), Jason Statham chegou à conclusão de que estava mais do que na hora de voltar a liderar seus próprios projetos. E como seus últimos trabalhos originais nessa linha – Parker (2013), Redenção (2013) e Carta Selvagem (2015) – tiveram resultados bem problemáticos (o mais recente nem chegou a estrear nos cinemas), a melhor opção foi resgatar uma trama antiga, porém numa nova roupagem. Afinal, estamos falando do ‘rei das franquias’ de Hollywood (ele participa, além das citadas Os Mercenários e Velozes e Furiosos, também de Carga Explosiva e Adrenalina, sem contar que tanto A Espiã que Sabia de Menos quanto Uma Saída de Mestre, 2003, devem ganhar continuações em breve). É neste cenário, portanto, que surge este Assassino a Preço Fixo 2: A Ressurreição, sequência desnecessária de Assassino a Preço Fixo (2011), que por sua vez já era uma refilmagem do superior Assassino a Preço Fixo (1972), com Charles Bronson.
Pra começar, o próprio subtítulo A Ressurreição é quase uma piada, pois qualquer um que tenha visto o longa anterior sabe que Arthur Bishop (Statham), o assassino profissional conhecido como ‘o Mecânico’, não morreu no final da trama – ao contrário da conclusão muito mais corajosa do filme original. Só que ele foi dado como morto, e como bem cabe nestes casos, o mais aconselhável é desaparecer, nem que seja por algum tempo. Como a vontade de Statham era criar um ‘James Bond genérico’, tem-se início, portanto, a uma volta ao mundo. Após um início absurdo no Rio de Janeiro – com direito ao protagonista saltando dos bondinhos do Pão de Açúcar direto numa asa delta que casou de estar passando por ali no momento – segue-se para a Tailândia – onde foi possível encaixar uma participação sem sentido de Michelle Yeoh – para, enfim, seguirmos para a Hungria. Sem contar que entre uma parada e outra há ainda passagens pelo Camboja, Malásia e Austrália. Tudo meio absurdo, mas que fica bonito na fotografia estilo cartão postal.
Quando é descoberto vivo, Bishop passa a ser chantageado por um mafioso qualquer que o obriga a eliminar seus três maiores concorrentes – um africano, um oriental e um branco. Este, aliás, é o único que ganha um rosto mais reconhecível (Tommy Lee Jones, que afirmou ter aceitado o convite apenas pela oportunidade de ‘usar camisetas e óculos divertidos’). Para obrigá-lo a cumprir os assassinatos, é sequestrada sua namoradinha de ocasião (Jessica Alba, saindo-se mal a cada tentativa de se apresentar como heroína de ação). Se o filme anterior investia na construção dos personagens e nos conflitos que os ligavam, o alemão Dennis Gansel (A Onda, 2008) deixa de lado qualquer subtexto, apostando nas reações mais óbvias e imediatas. Que Bishop é durão e invencível todo mundo já sabe, mas precisava mostrá-lo nadando, literalmente, entre tubarões para reforçar essa ideia?
Mas o pior, mesmo, é o desperdício de todo o circo armado. A morte através da piscina nos ares é visualmente impactante, mas tão fugaz que não há tempo para se construir uma maior expectativa a respeito. O mesmo se pode dizer sobre a revelação da verdadeira natureza da mocinha vivida por Alba, que se no início aparenta ir além da donzela em perigo, logo cai na mesmice da bobinha ingênua cuja única utilidade é servir de motivação ao protagonista. Aliás, qual a razão de se ter nomes como o da própria Alba, Yeoh e o do oscarizado Lee Jones nesse projeto? É difícil afirmar qual é mais desperdiçado em cena. Assim, Assassino a Preço Fixo 2: A Ressurreição revela-se descartável e irrelevante, servindo quiçá como um passatempo instantâneo, mas nunca conseguindo se posicionar diante dos seus predecessores, seja em relação aos títulos anteriores da cinessérie ou mesmo no que diz respeito aos melhores momentos já vividos por Statham na tela grande. Se era para pagar um mico desses, melhor teria sido continuar como coadjuvante de luxo em produções de maior alcance e relevância.
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Grade crítica
Crítico | Nota |
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Robledo Milani | 4 |
Thomas Boeira | 3 |
MÉDIA | 3.5 |
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