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Sinopse

Asterix e Obelix são uma pedra no sapato do imperador Júlio César: de toda a França, a aldeia gaulesa é o único local que não é controlado pelo Império Romano. O maior problema, segundo os comandantes da legião romana, é a força descomunal desses habitantes, conseguida através de uma poção mágica preparada pelo druida Panoramix. Entretanto, o comandante Detritus tem um plano para derrotá-los: capturar Obelix e o druida Panoramix.

Crítica

Criado em 1959, o herói gaulês Asterix é um verdadeiro símbolo da cultura francesa e de sua resistência contra a invasão pop norte-americana. A saga do pequeno povoado que, de posse de uma poção mágica, consegue fazer milagres e resistir a qualquer tipo de ataque do exército romano séculos atrás tem um belo significado quando em comparação com todas as demonstrações culturais francesas, muito mais independentes e autorais do que as italianas, alemãs e espanholas, por exemplo – apenas para ficar entre os vizinhos mais próximos. É curioso, no entanto, perceber que Asterix e Obelix contra César, o primeiro longa-metragem com atores de verdade baseado nos personagens de René Goscinny e Albert Uderzo, siga à risca uma fórmula completamente hollywoodiana. E se a mistura deu certo nas bilheterias – foi um incrível sucesso à época do seu lançamento, quebrando recordes por toda a Europa – ao mesmo tempo motivou muitos narizes torcidos por parte da crítica.

Com direção de Claude Zidi – responsável por La Totale! (1991), produção que depois seria refilmada nos Estados Unidos como True Lies (1994), com Arnold Schwarzenegger como protagonista – Asterix e Obelix contra César é tudo aquilo que se espera de uma adaptação cinematográfica destes tipos tão icônicos. Está lá o cotidiano da aldeia onde vivem – com brigas de peixes, ataques ao cantor desafinado e até o belo e tradicional jantar de encerramento de cada aventura – e todas as principais figuras das histórias em quadrinhos: o pequeno e destemido Asterix (Christian Clavier) e seu melhor amigo Obelix (Gerard Depardieu), o governante Abracourcix (Michel Galabru), o velho e sábio druida Panoramix (Claude Piéplu) ou a estonteante Falbala (Laetitia Casta), entre tantos outros. E o que seria desse cenário se não houvessem as constantes intervenções dos seus inimigos favoritos – os romanos? Assumidamente cartunesco, reproduz-se com fidelidade o ambiente dos gibis, e o que se vê na tela é uma transposição tal qual aquela dos desenhos – atenta aos detalhes, porém sem propor nada de novo.

Apesar do título apontar para César (Gottfried John) como vilão da história, na verdade não é bem assim que acontece. No começo estabelece-se imediatamente a situação: Roma conquistou todo o continente e além, com exceção de uma vila quase insignificante situada na Gália (França). Mas não é o líder absoluto que parte para combatê-los, e sim o general Lucius Detritus (o italiano Roberto Benigni, logo após o oscarizado A Vida é Bela, 1997, aproveitando o auge de sua popularidade), um picareta que quer descobrir a fórmula da força dos gauleses para usá-la em benefício próprio. As coisas, obviamente, não sairão exatamente conforme o esperado por ele, principalmente após a interferência de Asterix e Obelix, que para derrotar o trapaceiro terão que se aliar a alguém até então inimaginável – o próprio César!

Asterix e Obelix contra César é uma diversão passageira e uma produção à altura do sucesso dos personagens, porém está longe de ser a melhor aventura deles na tela grande. Antes desse longa sete outras aventuras já haviam sido adaptadas para o cinema – todas, porém, em formato de animação. Mas algumas escolhas foram tão certas – como Depardieu, que obviamente nasceu para ser o Obelix em carne e osso – que acabou gerando uma franquia que hoje conta com quatro episódios de resultados bem irregulares – o mais recente, Asterix e Obelix: À Serviço de sua Majestade (2012), com Catherine Deneuve como a Rainha da Inglaterra, é no mínimo constrangedor. Um começo tímido, que opta por trilhar um caminho seguro, não pecando pela ousadia, nem conquistando pela inovação.

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é crítico de cinema, presidente da ACCIRS - Associação de Críticos de Cinema do Rio Grande do Sul (gestão 2016-2018), e membro fundador da ABRACCINE - Associação Brasileira de Críticos de Cinema. Já atuou na televisão, jornal, rádio, revista e internet. Participou como autor dos livros Contos da Oficina 34 (2005) e 100 Melhores Filmes Brasileiros (2016). Criador e editor-chefe do portal Papo de Cinema.
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CríticoNota
Robledo Milani
5
Matheus Bonez
5
MÉDIA
5

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