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Crítica


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Sinopse

Uma nova família se muda para uma casa e encontra na garage uma caixa cheia de fitas de vídeo. Nela, eles assistem a estranhos fenômenos paranormais que, apesar de gravados, parecem interferir diretamente na realidade deles.

Crítica

Após o mar de erros que foi seu capítulo anterior (o quarto, e não o sucessor que nem consta na franquia original segundo a contagem dos produtores), as câmeras espalhadas pela casa estão de volta em Atividade Paranormal: Dimensão Fantasma, filme que - prometem -, será o último da série. E apesar de render sustos interessantes com o bom uso do 3D, a impressão que se tem é que a história não vai ter fim nunca. Mesmo com as enrolações cada vez maiores.

Como nos outros títulos, temos mais uma família que se muda para uma casa enorme. Ryan e Emily moram com a filha Leila e recebem como hóspedes na época do Natal o irmão dele, Mike, e Skylar, amiga da esposa. Revirando caixas na garagem da casa, eles encontram uma câmera antiga e filmagens dos anos 1980, época em que outra família bem conhecida da série morou por ali. É claro que me refiro às irmãs Katie e Kristi. Já na primeira vez que Ryan pega o equipamento para testá-lo, enxerga algo estranho nas imagens na sala. Uma espécie de névoa aguada. Não demora muito para que outros estranhos fenômenos comecem a ocorrer na casa, especialmente em torno da garota.

Talvez este seja o exemplar mais bem humorado da saga desde seu início. A vantagem disto é que os diretores parecem não levar mais tão a sério a trama, inserindo comentários engraçadinhos de Mike (o abestalhado da vez) a todo momento. Ele tira sarro sempre do irmão, que começa a ficar preocupado que espíritos realmente estejam rondando a casa, ainda mais que a vida de sua filha está em jogo. E os sustos começam de verdade quando as fitas antigas são vistas por eles e se sugere que aquelas duas irmãs, ainda nos anos 1980, estavam sendo treinadas por uma seita para libertar um demônio de outra dimensão. Em um momento incômodo para os personagens, eles assistem Katie numa espécie de ritual de regressão e a menina descreve o quarto de de Leila para, depois, fazer o mesmo a respeito da sala de vídeo onde os personagens dos dias atuais estão.

Por um lado, o uso do 3D é uma boa inovação, já que a névoa que vai tomando forma ao longo do filme realmente parece ser de outro mundo, deslocada da tela, mas presente no espaço. Quando ela se move de rápida em direção ao público é que os sustos de verdade podem ocorrer, seja empurrando algum personagem ou simplesmente aparecendo do nada. Porém, quando a outra dimensão é apresentada através de uma parede, percebe-se a clara alusão (cof, cof, cópia) à idéia de Poltergeist: O Fenômeno (1982). E isso nem pode ser considerado um spoiler, pois é o cartaz do filme. Porém, justamente esta ideia levanta outra questão: até quando crianças "possuídas" que ficam com sintomas de walking dead serão, em teoria, assustadoras para o público? O tema já foi levado à exaustão em dezenas de produções ao longo dos últimos 15 anos (culpa de Samara, especialmente). A hipótese de um amigo imaginário que, na verdade, é um espírito demoníaco, também não foge disso. E se torna ainda pior quando ele tem uma personificação que causa mais risadas do que sustos por sua feiura.

Apesar disso, o Atividade Paranormal: Dimensão Fantasma não é de todo mal. Enquanto a história não é "explicada" (afinal, ainda restam mais dúvidas do que respostas ao fim), a direção segura o clima tenso de seus personagens, que sempre com a câmera à mão, tentam documentar tudo que veem naquela clara alusão de pseudo documentário e found footage que permeia a série desde o primeiro filme. Resta esperar que esta seja a derradeira conclusão da história, ainda que fraca em seu clímax. Mas não tenha dúvidas: se for um sucesso de bilheteria, logo teremos mais um capítulo pela frente. Invenção de moda é o que não falta na cabeça dos produtores daqui, mesmo que as ideias estejam longe da originalidade.

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é crítico de cinema, apresentador do Espaço Público Cinema exibido nas TVAL-RS e TVE e membro da ACCIRS - Associação de Críticos de Cinema do Rio Grande do Sul. Jornalista e especialista em Cinema Expandido pela PUCRS.
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Grade crítica

CríticoNota
Matheus Bonez
5
Thomas Boeira
3
MÉDIA
4

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