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Sinopse

Há uma crise iminente por conta do fechamento dos últimos dois altos-fornos de uma siderúrgica na França. Trabalhadores se unem para salvar não apenas a usina, mas, principalmente, milhares de postos de trabalho.

Crítica

A história de uma decepção. Selecionado para o festival de documentários É Tudo Verdade 2017, o maior do gênero na América Latina, A Batalha de Florange conta a origem da crise em torno do fechamento dos últimos dois alto-fornos da siderúrgica indiano-britânica Arcelor-Mittal, no vale de la Fensch, em Florange, na região nordeste da França.

Jean-Claude Poirson, diretor e roteirista do documentário, narra dois anos de luta dos trabalhadores, entre 2012 e 2014, e todas as dificuldades que eles enfrentaram no caminho. A Batalha de Florange foi um dos conflitos mais significativos dos últimos anos e marcou o fim da indústria de aço na região, sendo um capítulo dramático e de enorme importância na desindustrialização da França.

Poirson mostra os trabalhadores tentando, de todas as formas, resistir e lutar para salvar a usina e milhares de empregos. Eles fizeram greve, se reuniram com trabalhadores da empresa de outras usinas, bloquearam estradas, enfrentaram políticos poderosos e autoridades e entraram em "conflito" com a polícia francesa. O documentário conta a história de uma luta, mas, principalmente, de uma grande frustração.

O bilionário indiano Lakshmi Mittal veio liquidar sua fábrica, com a intercessão do governo francês, que conseguiu manter o emprego, mas não a indústria do aço, apesar das promessas de François Hollande. O documentário começa mostrando que Nicolas Sarkozy quebrou sua promessa, e ao longo do filme, vemos Hollande também indo contra ao que havia dito. Ex e atual presidentes da França. Visões, filosofias e discursos diferentes, mas o mesmo resultado.

A Batalha de Florange foca em mostrar a realidade de um episódio de muito desesperado, garra e desilusões. O resultado é um bom filme, interessante e informativo. Essencial. No entanto, falta um algo a mais para torná-lo memorável. A fotografia de Gerard Persé e a montagem de Alia Humad são boas, mas a obra, em alguns momentos, fica um tanto maçante e cansativa. Caberia um pouco mais de emoção e da trajetória individual de alguns dos envolvidos na luta. Não é bem a proposta original, reconhecemos, mas certamente o tornaria ainda melhor.

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é formado em Jornalismo pela PUC Minas, escreve para o Goal.com e é colunista no Trivela. Cinema, futebol, música, literatura, exposições e museus são suas paixões, além de contar e apreciar boas histórias.
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