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Sinopse
Um senador corrupto é exposto pela esposa que ele traiu, desencadeando uma série de eventos que resultam nele ordenando o sequestro de seu filho ilegítimo. Para cuidar do garoto em seu cativeiro secreto, o poderoso e influente homem contrata uma enfermeira, que passa a ter uma relação de mãe e filho com o prisioneiro.
Crítica
Bens Confiscados é o resultado de um sonho de anos do diretor Carlos Reichenbach e da atriz e produtora Betty Faria. Ele, após sobreviver a um infarto do coração, teve esta idéia ainda enquanto convalescia no hospital. De imediato procurou a atriz, com quem havia trabalhado no premiado Anjos do Arrabalde (1987). Ela, que há muito ansiava por uma oportunidade que a permitisse abandonar o plano de coadjuvante e lhe oferecesse mais uma chance como protagonista, aceitou de imediato. Ambos partiram, juntos, para a parte mais complicada: o levantamento de recursos para a realização do projeto. Neste percurso, a mão decidida da produtora Sara Silveira (Bicho de Sete Cabeças, 2000) foi fundamental. E depois de uma bem sucedida carreira em festivais nacionais, o longa chegou aos cinemas no final de 2005, mais de um ano após sua conclusão.
E esta espera se justifica? Em parte, sim. Bens Confiscados é uma obra irregular, que possui momentos muito bons, e outros um tanto desnecessários. Reichenbach já não exercia mais uma mão segura, e o desempenho exagerado de alguns membros do elenco, como o de Werner Schunemann (que, felizmente, meio que desaparece a partir da metade do filme) é evidência disso. Outras propostas antagônicas revelam um dilema também na própria essência da produção: ao mesmo tempos em que se quer ser comercial e acessível, há um espírito irrequieto e polêmico que insiste em se manifestar. A má condução da dupla de amantes lésbicas, formada por Fernanda Carvalho Leite e Marina Person, exemplifica bem esta questão.
Mas há elementos interessantes, e o maior deles é, evidentemente, a performance de Betty Faria. Mesmo com alguns limites interpretativos, ela continua sendo uma estrela, e domina bem seu desenvolvimento na trama. A protagonista aparece como Serena, uma enfermeira que foi amante de um poderoso senador da república e que precisará se exilar quando vem à tona na imprensa um escândalo envolvendo o político. Ela é enviada para ficar na companhia do filho bastardo dele (Renan Gioelli, de Meu Tio Matou um Cara, 2004) numa pequena casa na praia de Cidreira, no litoral do Rio Grande do Sul. Um assessor (Antônio Grassi) e o casal de caseiros (Werner e Márcia de Oliveira) serão os únicos contatos dos dois com o mundo externo. Mas outros instintos logo se manifestarão, como o sexo, a curiosidade, a insegurança e o ciúme, o que levará esta dupla a uma mudança de ambiente que poderá colocar em risco seus próprios destinos.
Bens Confiscados poderia ser mais do que é, mas também está longe de ser tão problemático quanto se chegou a comentar na época do seu lançamento. Tem deslizes, excessos e inclusive personagens desnecessários (o que faz Eduardo Dusek?), mas há, por baixo de todas estas distrações, um enredo pertinente e merecedor de atenção. Aqueles que conseguirem eliminar os exageros do campo de visão poderão encontrar algo relevante e digno de reflexão que irá justificar todo esse esforço envolvido.
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Grade crítica
Crítico | Nota |
---|---|
Robledo Milani | 6 |
Ailton Monteiro | 7 |
Alysson Oliveira | 7 |
Chico Fireman | 6 |
Marcelo Müller | 7 |
MÉDIA | 6.6 |
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