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Sinopse

Blade continua sendo a melhor esperança dos humanos na luta contra os vampiros. Mas, depois de ser acusado de vários assassinatos, o caçador passa a ser vítima da opinião pública. Mesmo assim, ele precisa salvar a humanidade.

Crítica

Para quem é fã de histórias em quadrinhos e está acostumado a se emocionar com as grandes produções baseadas nesse material, os filmes da série Blade vistos hoje, com um distanciamento de mais de uma década, são quase constrangedores. E os motivos são vários, seja pelo amadorismo de alguns personagens, pela produção barata ou pelas soluções simplistas do roteiro. Blade: Trinity, o terceiro episódio da trilogia, no entanto, não chega a ser tão catastrófico quanto Mulher-Gato (2004), por exemplo. Trata-se de uma produção ágil, de resultados imediatos, bastante movimentada e, em até certo ponto, envolvente. O que, no caso, já é algo a ser comemorado.

Se o primeiro Blade (1998) serviu para abrir as portas e tornar a criação dos desenhistas Marv Wolfman e Gene Colan conhecida do grande público, Blade 2: O Caçador de Vampiros (2002) escorregou no exagero e na pirotecnia. Blade: Trinity, portanto, chega para dar fim à saga do caçador de vampiros buscando um meio termo. Agora Blade (Wesley Snipes, num dos últimos trabalhos relevantes de sua carreira) não está mais sozinho em sua jornada contra os chupadores de sangue: após a morte de seu tutor (o veterano Kris Kristofferson), ele descobre uma sociedade secreta disposta a ajudá-lo. Esse grupo é liderado pela bela Abigail Whistler (uma deslocada Jessica Biel) e pelo eficiente Hannibal King (Ryan Reynolds, aproveitado mais como alívio cômico). Um dos problemas do longa está aqui: desde quando Blade precisa atuar em equipe? E por que os companheiros acabam tendo mais destaque que o herói? No meio de tantos holofotes, aquele que deveria brilhar acaba sendo ofuscado pelos demais.

Blade e sua turma partem ao ataque contra vampiros vitaminados, que contam com o próprio Drácula (Dominic Purcell), renascido para ajudá-los. A partir desse fiapo de enredo, verifica-se que tudo é possível. Algumas cenas interessantes, muita correria, ação e efeitos destinados mais a encher os olhos do que a narrativa. Parker Posey, ex-musa do cinema independente norte-americano, continua com carisma suficiente para garantir a atenção durante suas aparições como uma das líderes dos vilões. Ela e Reynolds respondem pelos únicos pontos de interesse da trama, pois não há outros diferenciais relevantes a serem oferecidos ao espectador.

Dirigido por David S. Goyer, também roteirista desse e dos demais filmes da saga – e que posteriormente responderia pelo texto da trilogia O Cavaleiro das Trevas, de Christopher NolanBlade: Trinity termina deixando espaço para mais uma seqüência, o que não chegou a acontecer. A razão, pelo que se percebe aqui, é que as ideias relativas ao desenvolvimento desses personagens há muito já se esgotaram. O relativo fracasso nas bilheterias nos Estados Unidos (pouco mais de US$ 50 milhões arrecadados, quando o orçamento foi de US$ 65 milhões) é mais um indicativo deste fato. Blade cumpriu seu papel de abrir caminho para o cenário dominado pelos grandes heróis dos quadrinhos na tela grande. E que descanse em paz.

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é crítico de cinema, presidente da ACCIRS - Associação de Críticos de Cinema do Rio Grande do Sul (gestão 2016-2018), e membro fundador da ABRACCINE - Associação Brasileira de Críticos de Cinema. Já atuou na televisão, jornal, rádio, revista e internet. Participou como autor dos livros Contos da Oficina 34 (2005) e 100 Melhores Filmes Brasileiros (2016). Criador e editor-chefe do portal Papo de Cinema.
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CríticoNota
Robledo Milani
5
Chico Fireman
4
MÉDIA
4.5

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