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Crítica


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Sinopse

Depois que o príncipe beijou Branca de Neve, o feitiço da bruxa má foi quebrado e eles puderam se casar. No entanto, nem mesmo a promessa de "felizes para sempre" resiste às obrigações e rotinas romésticas.

Crítica

O que vem após o Príncipe Encantado carregar a jovem indefesa em seus braços e levá-la ao seu Castelo? O que acontece durante o “... e viveram felizes para sempre”? E se estas respostas fossem dadas num tom apimentado? Bem, o resultado é Branca de Neve Depois do Casamento, longa de animação que vale mais pela ousadia da proposta do que pela obra em si. Isso porque a história é, no final das contas, bobinha e até inocente. De tão inusitada, é quase impossível deixá-la passar despercebida. Mas se conquista pela curiosidade, peca pelo roteiro simplista, que acaba se restringindo a piada inicial, e pelo próprio desenho, de traços bastante simplistas e nada atraentes, ainda mais em tempos de conceitos digitais e universo 3D!

Criação do desenhista belga Picha, que além da direção assina também o roteiro, Branca de Neve Depois do Casamento segue a mesma linha dos trabalhos anteriores do realizador, como o também polêmico Tarzan, A Vergonha da Selva (1975). E isso que a idéia é até bastante direta: provocar graça com tiradas de duplo sentido tirando sarro de diversos Contos de Fada, mais ou menos na linha de Shrek, porém muito mais subversivo e sacana.

Apesar do título, na verdade o nome deste filme deveria ser: “As Aventuras do Príncipe Encantado”, já que é ele, na verdade, o protagonista da trama. Após o casamento com Branca de Neve, ele a deixa em casa e parte para cuidar do Reino. Em sua jornada desperta a paixão de duas outras princesas – Bela Adormecida e Cinderella – provoca a fúria de um Ogro e assume uma dívida enorme com os Sete Anões, além de promover uma festa gigantesca. E tudo sem o conhecimento da própria esposa, envolvida entre salvar a pele do Pequeno Polegar e os afazeres domésticos. Por trás de tudo está a Fada Madrinha, uma bruxinha tarada disposta a tudo para transar com o Príncipe, nem que para isso tenha que usar de artifícios como magia e chantagens.

À primeira vista Branca de Neve Depois do Casamento parece ser interessante e muito divertido. E esta impressão não está totalmente errada. O problema maior é que o filme carece de um ritmo mais ágil e moderno. A sensação que temos ao assisti-lo é de que foi feito 20 ou 30 anos atrás. A picardia e a sacanagem estão por toda a trama – anões tarados e masturbadores, fadas ninfomaníacas, mocinhos que sonham virar princesas, surubas no meio do salão de festas. Tudo isso, e mais um pouco, está presente. E, por mais incrível que possa parecer, mesmo assim há uma certa aura de ingenuidade em cena o tempo todo. E, no final, o que resta é um meio sorriso, de sabor meio amargo, do tipo “foi legal, mas poderia ter sido muito mais, não?

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é crítico de cinema, presidente da ACCIRS - Associação de Críticos de Cinema do Rio Grande do Sul (gestão 2016-2018), e membro fundador da ABRACCINE - Associação Brasileira de Críticos de Cinema. Já atuou na televisão, jornal, rádio, revista e internet. Participou como autor dos livros Contos da Oficina 34 (2005) e 100 Melhores Filmes Brasileiros (2016). Criador e editor-chefe do portal Papo de Cinema.
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CríticoNota
Robledo Milani
6
Alex Gonçalves
4
MÉDIA
5

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