Crítica
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Sinopse
Após salvar sua filha dos seqüestradores, Bryan Mills resolveu tirar férias ao lado da esposa Lenore em Istambul, na Turquia. O que não esperava era que o pai de um dos sequestradores resolvesse se vingar pelo que aconteceu com o filho, sequestrando Bryan e Lenore durante a viagem. Agora o agente aposentado da CIA precisa contar com uma ajuda extra para conseguir escapar.
Crítica
É curioso que o trailer de Busca Implacável 2 comece com Liam Neeson olhando para a câmera e ameaçando os espectadores que ele os encontrará e os caçará caso não compareçam a uma sessão de seu novo filme. Surpreende pela inventividade (gasta no trailer e não utilizada no longa-metragem em si) e pela apelação (visto que só mesmo à força seria possível arrastar tanta gente aos cinemas para ver um trabalho requentado como este). Felizmente, o astro não obriga ninguém a gostar do filme, o que deixa este crítico bastante livre para tecer comentários pouco abonadores sobre esta continuação.
Os elementos que faziam do primeiro Busca Implacável (2008) um filme de ação acima da média desapareceram completamente em sua sequência, dirigida pelo francês Olivier Megaton (Carga Explosiva 3, 2008). Enquanto o longa-metragem original contava com um subtexto interessante – e preocupante – sobre o tráfico de meninas para prostituição na Europa, colocando um pouco mais de profundidade em toda a situação apresentada, este segundo capítulo transformou-se em uma história de vingança pura e simples. Apinhada de clichês e sem contar com o elemento surpresa do episódio anterior (a então encontrada versatilidade de Liam Neeson para viver um herói de ação, que agora já caiu no lugar comum), Busca Implacável 2 só é recomendável para os fãs ardorosos do gênero.
Na trama, assinada por Luc Besson e Robert Mark Kamen (ambos responsáveis pelo roteiro do longa original), Bryan (Neeson) se vê novamente às voltas com um grupo que deseja fazer mal à sua família. Em viagem à Istambul junto de sua ex-esposa Lenore (Famke Janssen) e de sua filha Kim (Maggie Grace), o ex-agente da CIA é perseguido por Murad (Rade Serbedzija), pai de um dos sequestradores do primeiro filme, que teve um destino nada positivo. Agora, Bryan terá de proteger seus entes queridos de uma horda de bandidos mal encarados enquanto tenta reconquistar seu lugar naquela família.
Existem boas cenas de ação, algumas convincentes coreografias de luta e uma novidade bem-vinda neste Busca Implacável 2: a transformação da donzela em perigo do primeiro filme em uma espécie de ajudante do herói. Maggie Grace se recupera do pífio desempenho no filme original e ensaia uma coragem inédita com sua personagem. Ela, obviamente, não chega a matar bandidos ou empunhar armas como seu pai faz, mas acaba o ajudando em um ponto crítico no segundo ato. Famke Janssen não tem tanta sorte e pouco tem a fazer nesta sequência. Enquanto isso, Liam Neeson se especializa em protagonizar produções de ação, cada vez mais distanciando-se de um passado que inclua A Lista de Schindler (1993) e Michael Collins (1996). Ele faz bem seu papel, sem sombra de dúvidas. Mas é de se pensar se o talento do ator não está sendo desperdiçado em personagens que não o exigem muito.
Além de ser uma história de vingança simples, sem muitas novidades, os clichês amontoam em Busca Implacável 2. Desde a pistola que dispara balas infinitas, passando pelo sujeito que entra em uma sala cheia de bandidos e sai ileso, culminando com a batidíssima cena de perseguição automobilística que se encerra em um cruzamento férreo, com um trem interpondo-se entre o carro dos heróis e o dos malfeitores. Ainda que alguns exageros consigam divertir – como o fato de Bryan conseguir ligar calmamente para sua filha enquanto está sendo sequestrado (espelhando a cena do primeiro filme) – a soma de todos os elementos hiperbólicos acaba desandando nesta sequência.
Ainda que esteja aberta a possibilidade de mais uma continuação, difícil torcer para que a história de Bryan e sua família continue. A não ser que a série dê uma guinada e invente outro tipo de desafio para o protagonista, pouco será possível espremer das situações apresentadas nestes dois longas-metragens sem correr o risco de mais uma repetição sem sentido. Os números da bilheteria, sempre eles, decidirão, logicamente, se veremos uma Busca Implacável 3. Do jeito que o Brasil está em voga ultimamente, não duvidaria se fosse rodado no Rio de Janeiro.
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