Crítica
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Sinopse
Alienígenas invadem a Terra e os humanos são prontamente deslocados. Porém, uma garota consegue se desvencilhar da captura e se transforma na parceira de um visitante exilado.
Crítica
Diferente de sua rival, a Pixar, que só começou a falhar com alguma frequência recentemente, a DreamWorks sempre teve um histórico de altos e baixos em relação as suas animações. Se por um lado o estúdio é responsável por filmes admiráveis como Formiguinhaz (1998), Como Treinar o Seu Dragão (2010) ou os recentes Os Croods (2013) e As Aventuras de Peabody e Sherman (2014), por outro nunca deixaram de realizar obras que conseguem ser no máximo medíocres, como O Espanta Tubarões (2004), Bee Movie (2007) e a franquia Madagascar. Sendo assim, é difícil ficar surpreso quando surge outra escorregada, como este Cada Um na Sua Casa, que mostra ser uma das animações mais fracas que o estúdio realizou nos últimos anos.
Escrito por Tom J. Asle e Matt Ember a partir do livro de Adam Rex, Cada Um na Sua Casa nos apresenta aos alienígenas da raça Boov, que encontram na Terra o lugar perfeito para escapar de seus inimigos, os Gorgs. No entanto, um de seus membros, o atrapalhado Oh (voz original de Jim Parsons), põe em risco a localização de todos e se vê tendo que fugir de seus companheiros. Mas no caminho ele conhece a jovem Tip (Rihanna), que por sua vez está em busca de sua mãe, que foi enviada para a comunidade humana que os Boovs organizaram quando chegaram ao nosso planeta. Em meio a desentendimentos, Oh e Tip ajudam um ao outro, começando uma inusitada amizade... E o resto você já deve saber.
Cada Um na Sua Casa é o tipo de filme cuja qualidade é possível perceber logo em seus primeiros minutos. Ao apresentar Oh como aquela velha figura chata e inconveniente, mas que tenta despertar a compaixão, e consequentemente a simpatia, do espectador através de seu bom coração e visual engraçadinho, já temos indícios de que originalidade foi um conceito que os realizadores jogaram fora sem pensar muito. E o restante da projeção apenas comprova isso, com o desenvolvimento da trama se revelando bastante óbvio, desde o relacionamento entre Oh e Tip até certas reviravoltas, como o porquê de os Gorgs estarem perseguindo os Boovs. Aliás, falando na raça de nosso protagonista, o filme até busca provocar o riso com o jeito nada diplomático de sua forma de agir, como ao exilarem os humanos e ocupando os espaços na Terra como se o planeta sempre tivesse sido deles. Mas o tiro meio que sai pela culatra, já que as criaturas soam mais irritantes do que propriamente engraçadas.
Na verdade, em termos de diversão o filme se sai muito mal, seja pelas gags pouco inspiradas, pelo timing problemático da condução de Tim Johnson (diretor responsável pelo eficiente Os Sem-Floresta, 2006, também da Dreamworks) ou pelo simples fato dos personagens serem desinteressantes demais. Isso inclui até mesmo Tip, uma menina bem aborrecida, que, ao lado da patetice nada cativante de Oh, dá ao filme uma dupla de protagonistas que praticamente o condena ao fracasso. Por sinal, a amizade dos dois é desenvolvida não só de maneira comum e previsível, mas também superficial, com direito a uma montagem musical rápida e preguiçosa para mostrar a evolução da relação deles e de como passam a se importar um com o outro, o que não é o suficiente para que formem uma ligação com o público.
Cada Um na Sua Casa é uma daquelas animações que aparenta pensar que qualquer coisa que fizer renderá sorrisos no rosto do espectador. Mas a verdade é que isso só ajuda a fazer dela uma produção boba e entediante, ainda que seu público-alvo seja as crianças, que certamente mereciam um entretenimento melhor do que este.
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Grade crítica
Crítico | Nota |
---|---|
Thomas Boeira | 4 |
Bianca Zasso | 7 |
MÉDIA | 5.5 |
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