Crítica
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Sinopse
Seis bandidos se reúnem para um audacioso assalto a uma joalheria. Batizados com nomes de cores, eles não sabem as identidades uns dos outros. Porém, durante a execução do roubo, alguma coisa dá severamente errado.
Crítica
Um roteiro pulp violento de narrativa não linear com texto cru e ágil, filmado com direção afiada, editado e montado de forma precisa, sobre um golpe arquitetado por um velho gângster e executado por criminosos contratados que dá totalmente errado. Com essa fórmula bombástica, Quentin Tarantino apresentou seu primeiro grande filme, o supercult Cães de Aluguel. De quebra, alicerçou os fundamentos de sua filmografia histérica. De fato, um inesquecível debut. Tarantino já havia escrito os bons roteiros de Amor à Queima Roupa, lançado em 1993, mas vendido anteriormente ao cineasta Tony Scott, e de Assassinos por Natureza (1994) quando o produtor Lawrence Bender decidiu assumir o projeto de Cães de Aluguel ao lado do ator e coprodutor Harvey Keitel, este muito impressionado com os personagens criados pelo ex-balconista da locadora Video Archives.
Cães de Aluguel abalou Sundance em 1992. Inspirado pelo clássico ítalo-francês Rififi (1955), de Jules Dassin, o longa subverte o gênero do mob movie não por inventar uma trama totalmente inovadora, mas por propor um redirecionamento narrativo pelo qual ficamos sabemos, já no início, que um assalto falha devido a um policial infiltrado. Aos poucos, Tarantino remonta a história pontualmente, apresentando os principais personagens, como eles foram cooptados pelo chefão Joe Cabot (Lawrence Tierney) e também a identidade do alcaguete – revelada apenas para o público. Assim, o clímax surge do embate entre os criminosos, ávidos para entender o que deu errado no golpe, e seu consequente acerto de contas em um duelo triplo, no melhor estilo faroeste, do qual apenas um sairá ileso.
Com Cães de Aluguel, Tarantino imprimiu um estilo pessoal calcado em diálogos verborrágicos (com desempenho absoluto dos atores Steve Buscemi e Chris Penn neste quesito), e por vezes cruéis ao tratar sobre temas delicados à sociedade puritana norte-americana, como racismo, sexismo, consumo de drogas, criminalidade e violência extrema. Além disso, lançou elementos simbólicos que se estendem por toda sua carreira a partir de reverências cinéfilas eruditas, citações a uma extensa cinematografia de filmes B, e referências diversas à cultura pop, indo da música (discussão sobre Like a Virgin, de Madonna) à TV (seriado Get Christie Love!). Tarantino também elaborou um repertório estético marcante, que transita entre a aura setentista, o submundo gangsta, o white trash da classe média-baixa norte-americana, o yankee kitsch, o exploited diverso e um vivaz show de horrores gringo que, invariavelmente, acaba em banho de sangue.
É curioso como Cães de Aluguel lança uma espécie de “metalinguagem autorreferencial futura”, exibindo cenas e personagens que seriam recorrentes na sua cinematografia vindoura. Como esquecer a dança freak do ator Michael Madsen ao som de Stuck in the Middle With You, antes de ele cortar a orelha de um policial? E como não aliar ela à dança de John Travolta e Uma Thurman em Pulp Fiction (1994)?
E o que dizer das ligações entre figuras que aparecerão em Pulp Fiction? O personagem de Madsen chama-se Vic Vega, irmão de Vincent Vega (John Travolta). Já Laurry Dimmick e/ou Mr. White (Harvey Keitel) em Cães seria parente de Jimmy Dimmick (Tarantino) em Pulp. Também haveria ligações entre Seymour Scagnetti (mencionado em Cães de Aluguel) e Jack Scagnetti (Tom Sizemore), de Assassinos por Natureza, e entre Marsellus Spivey (citado em Cães...) e Drexl Spivey (Gary Oldman), de Amor à Queima Roupa. Além disso, Mr. White diz que trabalhou com uma mulher chamada Alabama, que poderia ser Alabama Whitman (Patricia Arquette), de Amor à Queima Roupa...
As teorias sobre o universo fílmico integrado de Tarantino correm pela internet (veja o vídeo Tarantino's Mind, o artigo da Wired, o link do IMDB, este fórum de fãs e as conexões entre Pulp Fiction e Kill Bill nesta imagem. Na época do lançamento de Pulp Fiction, o ator Eric Stoltz, intérprete de um traficante de drogas no longa, fez uma das mais curiosas descrições psicológicas do cineasta à Los Angeles Magazine - e no melhor estilo referencial tarantinesco. "Sua mente trabalha como o Diabo da Tasmânia dentro de um trem-bala". Preciso dizer mais?
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Sem dúvida, este filme é catapultada para a fama por directo reconhecido como críticos aplaudiram e até mesmo seus dias é considerado um filme de culto, no entanto nas bilheterias não foi bem assim. Dois itens que caracterizam muito é a participação de Buscemi e, claro, o diálogo banal, em que os personagens masculinos estão engajados. Great!