Cannon Fodder
Crítica
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Sinopse
Doron, um mercenário, aceita uma última missão: capturar um dos responsáveis pela organização terrorista Hezbollah, no Líbano, acompanhado de um esquadrão de elite. Logo ele descobre que terá que enfrentar um novo inimigo: os mortos vivos. Agora, Doron tem pouco tempo para encontrar o antídoto e ir embora do Líbano sem ser morto pelos novos inimigos.
Crítica
Primeiro filme de zumbi apoiado pela Israeli Film Fund (a maior financiadora de filmes em Israel), Cannon Fodder nos apresenta a Doron (Liron Levo), membro das forças especiais israelenses que é obrigado a desistir de sua lua de mel ao ser chamado por seu superior, Gideon (Amit Leor), para uma última missão. Ao lado de Daniel (Roi Miller), Moti (Emos Ayeno) e Avner (Gome Sarig), Doron deve ir até o Líbano capturar um líder terrorista. Mas ao chegar no local, o grupo se depara com uma horda de zumbis que os obriga a mudar os planos. Com a ajuda de Noele (Yafit Shalev), filha do terrorista procurado, Doron e os outros lutam contra os zumbis ao mesmo tempo em que procuram uma cura para a epidemia.
Considerando os conflitos que estão acontecendo em Israel, Cannon Fodder poderia usar os zumbis para fazer uma alegoria política envolvendo a situação do país, o que seria algo corajoso. O roteiro escrito pelo diretor Eitan Gafny até faz algumas referências a isso (como na cena durante os créditos finais), mas é tudo muito raso. Gafny mostra que prefere se concentrar na luta pela sobrevivência dos personagens. O problema com relação a isso, porém, é que o filme não é muito diferente de outras produções do gênero, com sua história se revelando formulaica, clichê e desinteressante. Além disso, com a exceção de Noele (interpretada com força por Shalev), é difícil nos importarmos com os personagens, detalhe que faz com que determinadas cenas não funcionem como deveriam. Mesmo com tudo isso, Gafny insere alguns momentos de humor na história, principalmente envolvendo a dupla Daniel e Moti, que são usados quase como alívio cômico. Mas essas tentativas não só fracassam em fazer o público rir, como também resultam em um grave problema de tom na narrativa.
Já as cenas de ação, que deveriam ser o grande atrativo da produção levando em conta sua proposta, são conduzidas por Gafny de maneira pouco envolvente, não raro, visualmente confusas. O realizador também busca ditar o ritmo da trama utilizando uma trilha que varia entre a tensão da presença dos zumbis e algo mais eletrizante. Escolha essa que soa batida e até irritante por ser usada excessivamente. Como se não bastasse, os efeitos visuais empregados pelo cineasta não poderiam ser mais artificiais, e por ele criar grande parte do gore e das explosões que vemos na tela a partir deste expediente, consequentemente vários momentos do filme não têm nenhum impacto (como no terceiro ato, quando os personagens explodem uma casa para destruir alguns zumbis). Na verdade, esse quesito chega a causar o riso involuntário de tão constrangedor.
Contando ainda com um conflito final bobo em um barco no terceiro ato, que apenas estica um pouco mais a história sem a menor necessidade, Cannon Fodder é o tipo de filme de zumbi que é esquecido com facilidade. Esperemos que Israel produza obras melhores em suas futuras tentativas de investir no gênero.
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