Carga Explosiva: O Legado
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Camille Delamarre
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The Transporter Refueled
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2015
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França / China / Bélgica / EUA
Crítica
Leitores
Sinopse
Frank Martin finalmente está aposentado dos seus dias de mercenário, apenas fazendo trabalhos menos perigosos aqui e ali para algumas figuras suspeitas. Seu pai então resolve aproveitar a calmaria e lhe fazer uma visita, mas o final de semana tranquilo dos dois no sul da França acaba se tornando um amontoado de perseguições, tiroteios e brigas quando entre em cena um poderoso mafioso russo, e a bela e fatal Anna.
Crítica
Após o sucesso crescente da primeira trilogia – cujos longas faturaram em todo o mundo US$ 43 milhões, US$ 85 milhões e US$ 109 milhões, respectivamente – seria praticamente impensável que uma franquia como essa pudesse ser facilmente deixada de lado pelo produtor Luc Besson, um homem capaz de realizar filmes artisticamente intrigantes – como Imensidão Azul (1988) e Angel-A (2005), por exemplo – ao mesmo tempo em que explora todos os clichês disponíveis em obras genéricas como Busca Implacável (2008) ou A Família (2013). E nem a desistência do protagonista original – Jason Statham, lançado ao estrelato com o primeiro Carga Explosiva (2002) – foi capaz para uma mudança de rumo. Afinal, rei morto é rei posto. Então, é com o novato Ed Skrein que agora acompanhamos Carga Explosiva: O Legado ganhar as telas em uma produção que se não chega a ter a mesma força dos originais, também não assume uma posição inferior, mantendo-se à tona como algo de força independente.
Pra começar, ao contrário do que o título nacional pode dar a entender, não se trata de alguém seguindo os passos do personagem dos filmes anteriores – contexto muito bem explorado por sequências como O Legado Bourne (2012) e Tron: O Legado (2010). Afinal, à frente da ação ainda está Frank Martin, talvez mais jovem, porém compartilhando do mesmo passado militar nebuloso e dotado das mesmas habilidades, seja no volante do carro que dirige ou em confrontos corpo a corpo. Como se sabe, Martin trabalha “transportando” coisas com extrema confiabilidade e segurança, contando apenas com três regras básicas: ele não precisa de nomes, o que é acordado no momento de sua contratação não pode ser alterado durante o processo e não deseja saber o que exatamente está sendo carregado. Mas quando seu pai (Ray Stevenson) é sequestrado por três garotas envolvidas com o tráfico de prostitutas no sul da França, ele se dispõe a quebrar qualquer uma das suas diretrizes para salvá-lo.
Ed Skrein, mesmo que não tenha um rosto tão popular, não é um total desconhecido. Ele foi alçado à fama pela primeira vez ao assumir o controverso personagem Daario Naharis durante a terceira temporada do popular seriado Game of Thrones (2013). Sua participação, no entanto, durou apenas três episódios – acabou sendo substituído por Michiel Huisman no ano seguinte – o que acabou lhe servindo para abraçar oportunidades como essa. E ainda que Carga Explosiva: O Legado possa não ser o projeto dos sonhos de alguém que está dando seus primeiros passos, seu passaporte para a fama global já está carimbado: no ano que vem ele deverá chamar ainda mais atenção como o antagonista do aguardado Deadpool (2016), mais uma adaptação de um famoso personagem do universo Marvel. Essa segurança perpassa na atuação de Skrein como Martin, garantindo-lhe a tranquilidade e a firmeza necessárias para dotar sua atuação de personalidade própria, sem ficar devendo (muito) à performance de Statham.
Conta para o resultado ser equilibrado o fato de Camille Delamarre estar na direção. Realizador do thriller 13° Distrito (2014) – um dos últimos longas de Paul Walker – ele foi editor de Carga Explosiva 3 (2008) e assistente de direção da televisiva Transporter: The Series (2012), tarefas que o deixaram bastante familiarizado com o universo aqui proposto. E entre mulheres estonteantes pelas quais não sabemos ao certo se torcemos ou tememos e perseguições alucinantes (que por mais mirabolantes que sejam pouco além do tanto já visto conseguem apresentar), resta um trabalho competente, ainda que inevitavelmente genérico. Serve como diversão passageira, mas está longe de ter brilho próprio.
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