Crítica
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Sinopse
A turminha vai passar as férias num acampamento. Mesmo em meio a tanta diversão, ela se depara com a ganância de um empresário disposto a comprar o lugar para transformá-lo completamente.
Crítica
Com a aposentadoria de Xuxa Meneghel e Renato Aragão das telonas nacionais e o avanço cada vez maior dos filmes de super-heróis e animações norte-americanas entre as crianças, uma lacuna vem se formando quanto ao cinema infantil brasileiro. Por mais que sejam realizados títulos como O Menino e o Mundo (2013) e o ótimo Até Que a Sbórnia nos Separe (2013), a quantidade de produções para esse segmento, que antes eram os arrasa-quarteirões nacionais, decaíram em quantidade com o investimento centralizado nas comédias.
Carrossel: O Filme parece uma tentativa de ressuscitar esse gênero, dado que o remake televisivo lançado em 2012, baseado na novelinha mexicana, foi um estouro de audiência para o SBT, mesmo mantendo uma trama batida e exageradamente infantil. Se na televisão os clichês estão à solta, quando a turminha da Escola Mundial embarca para as telonas as escolhas mais óbvias parecem fazer a festa. No último dia de aula, de súbito, a turma de alunos é convidada por uma das colegas, Alícia (Fernanda Concon), para passar parte das férias no acampamento de seu avô, o tal Acampamento Panapaná (um ótimo trava-língua que, óbvio, fazem uso durante o filme). Para acompanhá-los na viagem, dois adultos da escola são necessários. Se prontificam de imediato a diretora Olívia (a ótima Noemi Gerbelli) e a faxineira, Graça (Márcia de Oliveira) – afinal, a famosa professora Helena se encontrava impossibilitada de ir, após o recente nascimento de seu bebê.
Assim que chegam no acampamento, as crianças são dividas em dois times, tendo cada um dos adultos como responsável. E começam uma série de competições, diversão e desavenças entre a garotada. Em paralelo, uma dupla de vilões quer tirar do avô de Alícia o acampamento para construir uma fábrica. A questão de poluição pelo sistema industrial é sempre pertinente, mas isso já não foi usado o suficiente? E ao aproveitar tal temática, imagina-se que se vá usá-la com maior profundidade. O que não é o caso aqui. A dupla de diretores Alexandre Boury e Mauricio Eça parece se esforçar com o roteiro curto, fraco de construções de personagens, mas correto em efeitos especiais, diálogos e números musicais. Eles ainda têm êxito ao dar uma atmosfera cinematográfica à produção, o que se percebe desde seus momentos iniciais. Porém, Carrossel: O Filme ganha umas quebras na narrativa com a entrada de grafismos sobre a divisão de times, em uma montagem básica de recortes, por exemplo. Um recurso exageradamente televisivo e didático que subestima os espectadores mirins.
O elo mais forte que os realizadores apresentam é o elenco mirim, muito bem entrosado e que contrasta com as atuações fora de ritmo e exageradas de Paulo Miklos e Oscar Filho (os tais bandidos da trama). Ainda que a culpa pelas interpretações rasas não é apenas dos dois, pois faz parte de um somatório que parte de um roteiro pouco preocupado em construir seus antagonistas e até mesmo a caracterização falha dos personagens, que parecem ter saído de uma produção de segunda linha. Se Carrossel fosse realizado nos anos 1990, seria um filme correto e até mesmo adequado. Para o momento em que vivemos faltam algumas atualizações à trama que vão bem mais do que o uso de smartphones e tablets.
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Grade crítica
Crítico | Nota |
---|---|
Renato Cabral | 5 |
Chico Fireman | 6 |
MÉDIA | 5.5 |
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