Cegonhas: A História que Não te Contaram
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Nicholas Stoller, Doug Sweetland
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Storks
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2016
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Estados Unidos
Crítica
Leitores
Sinopse
Todo mundo já sabe de onde vêm os bebês: eles são trazidos pelas cegonhas. Mas agora você vai conhecer a enorme estrutura por trás dessa fábrica de bebês, onde elas controlam um grande empreendimento que enfrenta muitas dificuldades para coordenar todas as entregas nos horários e locais certos.
Crítica
Se Walt Disney é considerado o pai da animação em Hollywood, em grande parte por ter sido responsável pelo primeiro longa-metragem feito a partir deste técnica a chegar às telas – Branca de Neve e os Sete Anões (1937) – foi também a partir de sua morte que o gênero encontrou seu ocaso (Mogli: O Menino Lobo, 1967, é considerado o último título da era de ouro da companhia). Muito tempo, no entanto, se passou, com novas empresas – Pixar e DreamWorks como melhores exemplos – marcando presença e estilos e tecnologias inovando a cada instante. Justamente por ser um cenário tão diverso e múltiplo que não se entende muito bem a existência de um filme como esse Cegonhas: A Histórias que Não te Contaram, uma aventura canhestra que tenta fazer graça a partir de piadas recicladas e ainda investe em uma história envelhecida na qual somente os mais pequenos poderão encontrar algum tipo de fantasia.
O início, no entanto, é promissor. Após gerações de cegonhas ganharem a vida levando bebês aos pais humanos – bem como diz o conto da carochinha – elas finalmente encontram um propósito mais atual: entregadores de compras online da LojaDaEsquina.com. A iniciativa é um sucesso, e o novo propósito dos animais alados parece ser bem mais tranquilo e contemporâneo. Com exceção, no entanto, de Tulipa, a única menina que permaneceu com as cegonhas e nunca chegou a conhecer seus verdadeiros pai e mãe. Ansiosa por ajudar, ela mais atrapalha do que colabora. E agora, prestes a completar 18 anos, será missão de Junior se livrar dela, levando-a à Terra, para que ele possa, enfim, assumir a presidência da empresa.
O linguajar é bastante moderno e a ambientação também. Fala-se de estruturas corporativas, disputa por melhores empregos e solução de problemas. Mas há também o lado humano – no sentido emocional, digamos. É neste ponto em que se encontra a Família Jardim, com os adultos Sarah e Henry completamente ocupados – ambos são corretores de imóveis – e sem tempo para o filho único, o pequeno Nate. Essa, cansado de ficar sozinho, encontra como única maneira de sair dessa situação escrever uma carta pedindo por um irmãozinho. Os destinatários? As cegonhas, é claro. E por uma obra do destino será responsabilidade de Tulipa e de Júnior fazer essa última entrega.
Com o bebê em mãos, tem-se início uma jornada ao estilo de tantas outras vistas recentemente, como em Os Croods (2013), Minions (2015) ou na saga A Era do Gelo. Falta, no entanto, uma motivação que justifique seu andamento. Por quê, afinal, Junior está ajudando Tulipa? E os pais de Nate, querem ou não mais um filho? E o mais grave: até que momento segue sendo saudável crianças acreditarem em uma fábula como essa? O tom geral da narrativa é bastante infantilizado, com vilões – uma turma de lobos e um pombo metido a esperto – ingênuos, com poucos momentos divertidos (as formações da alcateia geram algumas das piadas que se salvam). Neste cenário, fica difícil qualquer expectativa, pois a certeza de que tudo terminará em um final feliz é inevitável. E ainda: alguém aí precisa de mais um bando de pinguins engraçadinhos?
Escrito e dirigido por Nicholas Stoller – o mesmo cara por trás do divertido Vizinhos (2014) e de sua frustrante continuação Vizinhos 2 (2016) – Cegonhas tenta assumir uma postura revolucionária logo no começo, mas assim que sua história tem início o que percebemos é um comodismo intenso, rendendo-se às convenções mais comuns e apenas reciclando velhas fórmulas. Com protagonistas que não se destacam – qual a característica mais marcante de Junior? – e um objetivo que não convence – as cegonhas realmente precisam voltar a entregar bebês? Sério? – tem-se aqui um longa genérico que talvez tivesse melhor sorte durante o período de férias, visando mero entretenimento de forma descartável. No mais, independente do aspecto em que se posicione, qualquer resultado aqui verificado é, no mínimo, irrelevante.
Grade crítica
Crítico | Nota |
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Robledo Milani | 5 |
Chico Fireman | 6 |
MÉDIA | 5.5 |
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