Crítica
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Sinopse
Carl decide abrir um food truck depois de perder seu emprego como chef de um renomado restaurante. A iniciativa pode fazer com que ele recupere a criatividade na cozinha e se reaproxime da família.
Crítica
A gastronomia é quase um gênero à parte no cinema. Geralmente é composta por filmes que tratam de um(a) chef de cozinha que usa seu talento culinário para redefinir novos passos na carreira e na vida pessoal e, assim, atingir um nível de felicidade pleno. Ao menos, até o fim da sessão. Chef, novo longa dirigido e protagonizado porJon Favreau, mais conhecido por ser fiel escudeiro e Tony Stark, Happy, nos três filmes do Homem de Ferro, segue esta mesma fórmula, que apesar de não apresentar nada de novo, entretém por conta do elenco estelar e do talento de seu protagonista.
A premissa é básica: Carl Casper (Favreau) é o chef da cozinha de um tradicional restaurante de Los Angeles e está para receber a visita de um importante blogueiro crítico gastronômico. A resenha é um desastre e dá apenas duas estrelas para o estabelecimento, irritando o cozinheiro. Na tentativa de promover uma revanche, Carl é demitido pelo dono do local (Dustin Hoffman), tem uma briga exposta nas redes sociais e precisa de ajuda financeira para abrir um novo negócio. Ao mesmo tempo, precisa lidar com a cobrança familiar, que vem através do filho a quem ele dá pouca atenção e sua ex-mulher (Sofia Vergara), que parece ter se afastado justamente pelo problema do então parceiro ser workaholic. Como já dito, não há novidades no enredo ou na direção de Chef. O ator/diretor ganha o público ao dar carisma total ao seu personagem, mesmo que ele seja apenas uma réplica da personalidade de Favreau já tão vista em outros filmes de gênero. O bom é que ela funciona. Também ajuda ter inserções de takes dos pratos (um aparentemente mais delicioso que o outro), da sua concepção ao produto final. É de dar água na boca e entrar no primeiro restaurante assim que a sessão terminar.
Favreau também é sensível ao seu personagem e não o deixa virar apenas uma figura estereotipada do gordinho chef que só pensa em comida. Sua relação com o filho, apesar de aparentemente saudável, demonstra certos cuidados em que o diretor não vilaniza nenhum dos lados, nem o pai ausente ou a criança carente. A conexão entre os dois é feita de forma gradual e crível, ainda que caia em alguns maneirismos e clichês do gênero cômico. É claro que a produção não seria um sucesso sem seu elenco de apoio. Sofia Vergara apresenta um contraponto interessante como uma mulher calma, bem diferente de sua tresloucada Gloria do seriado de TV Modern Family. Completam o time as aparições de Hoffman como seu chefe durão, Scarlet Johansson como a hostess/maitrê delicada e esperta, Bobby Cannavale e John Leguizamo como seus sous chefs, Oliver Platt como o crítico e Robert Downey Jr. como seu investidor, repetindo os trejeitos de Tony Stark (que, por sinal, também refletem sua personalidade, assim como o diretor).
Chef não é nenhuma superprodução que vai arrecadar grandes números de bilheteria ou conquistar prêmios de análise artística. É um exercício de bom entretenimento, inteligente sem ofender ninguém e divertido a ponto de manter o interesse do espectador. Não vai mudar o mundo, mas quem disse que todo bom cinema precisa ser assim? Ponto pra ele.
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Grade crítica
Crítico | Nota |
---|---|
Matheus Bonez | 6 |
Ailton Monteiro | 7 |
Alex Gonçalves | 4 |
Miguel Barbieri | 9 |
Carissa Vieira | 6 |
MÉDIA | 6.4 |
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