Círculo de Fogo: A Revolta
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Steven S. DeKnight
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Pacific Rim Uprising
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2018
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EUA / China
Crítica
Leitores
Sinopse
O programa Jeager, responsável pela construção de robôs gigantes, é reativado diante de uma nova ameaça. Mais uma vez, os voluntários terão que lidar com terríveis criaturas que vivem nas profundezas do oceano. Estes monstros quase tomaram o Planeta Terra na última vez que apareceram.
Crítica
Círculo de Fogo: A Revolta se mostra um título bastante oportuno ao sucessor do divertido Círculo de Fogo (2013), pois é justamente essa a sensação transmitida ao espectador. Talvez tentando desesperadamente consolidar uma nova franquia, os produtores resolveram investir pesado em efeitos especiais, destruição em larga escala, esquecendo-se, porém, da consistência dramática, da construção dos personagens e mandando para outra dimensão a coerência. O original, dirigido por Guillermo del Toro, possuía um charme intrínseco ao seu porquê, já que o cineasta mexicano, agora oscarizado, é um fã confesso dos filmes e programas de televisão cheios de monstros gigantes, que foram exportados aos borbotões pelo Japão desde os anos 60. Esqueça, aqui, esse componente nostálgico, que antes aliviava determinados exageros e incongruências. Os problemas da sequência são tão evidentes que fica difícil até divertir-se com as diversas lutas de proporções desmesuradas.
Círculo de Fogo: A Revolta ocorre num mundo novo, obviamente transformado, em várias instâncias, por conta da invasão dos Kaijus, dez anos antes. O prólogo, com Jake (John Boyega) apresentando a conjuntura marcada por Jaeger piratas, carcaças de alienígenas e toda sorte de lixo decorrente da batalha épica travada contra os seres de outra dimensão, logo se esvai numa torrente de lugares-comuns e situações sem um pingo de relevância. Amara (Cailee Spaeny) é uma jovem solitária que atravessa o caminho do protagonista somente para que ambos sejam integrados aos esforços de defesa, num movimento estratégico das Forças Armadas, aceitável apenas com muito boa vontade. O diretor Steven S. DeKnight tenta costurar algo em torno da rivalidade entre o arredio filho que à boa casa torna e o certinho Nate (Scott Eastwood), mas isso simplesmente não acontece para além da camada mais superficial. Como efeito, a posterior (e absolutamente previsível) aproximação deles tampouco tem grande valia.
É tudo tão torto em Círculo de Fogo: A Revolta que se torna complicado prosseguir sem enfileirar fragilidades. A morte de alguém importante à franquia é sentida brevemente, servindo pouco de combustível motivacional (aliás, a simples utilização de uma ferramenta Jaeger evitaria a tragédia); é totalmente inconsistente o percurso dos cadetes, antes atrapalhados durante simples treinamentos, depois exímios pilotos contra ameaças reais; Liwen (Tian Jing), a oriental com pinta de vilã-empresária-sem-escrúpulos, muda da água para o vinho quando solta o cabelo e ganha um pouco de sujeira no rosto. A revelação do roteiro quanto aos planos diabólicos a serem desbaratados, bem como seu mentor, não passa de um movimento canhestro que adiciona um ruído considerável. Some tudo isso à mal disfarçada necessidade de utilizar um flashback para aproximar as personalidades de Jake e Amara e temos um filme que vai implodindo à medida que avança rumo a um confronto que nem consegue empolgar.
Círculo de Fogo: A Revolta não se preocupa minimamente com a lógica interna da cinessérie, apostando que o espectador não perceberá, por exemplo, que os mocinhos arrebentam metade de Tóquio para enfrentar os Kaijus – quantas pessoas eles devem matar “fazendo o bem”? Além disso, os personagens são meras cascas, também em virtude do trabalho burocrático dos atores, exceção feita a John Boyega e Cailee Spaeny, que apresentam bons desempenhos a despeito da incipiência do material à sua disposição. Há umas piscadinhas pretensamente espertas aos fãs de robôs gigantes, como a aparição da estátua de Gundam, verdadeira instituição nipônica no que concerne aos mechas, mas que não passam de curiosidades prontamente soterradas numa montanha de equívocos e desperdícios. Boas ideias, como os drones hospedeiros, são logo jogadas na fenda da banalidade em função do desejo de oferecer algo vistoso. O resultado, porém, é tão vazio como grandiloquente e descartável.
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Grade crítica
Crítico | Nota |
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Marcelo Müller | 2 |
Robledo Milani | 2 |
Thomas Boeira | 7 |
Yuri Correa | 7 |
Rodrigo de Oliveira | 6 |
MÉDIA | 4.8 |
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