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Sinopse

Quando várias criaturas monstruosas, os Kaiju, começam a emergir do mar, tem início uma batalha entre estes seres e os humanos. Para combatê-los, a humanidade desenvolve uma série de robôs gigantescos, os Jaegers, cada um controlado por duas pessoas por meio de uma conexão neural. Entretanto, mesmo os Jaegers se mostram insuficientes para derrotar os Kaiju. Diante deste cenário, a última esperança é um velho robô, que passa a ser comandado por um antigo piloto e uma pessoa em treinamento.

Crítica

Pegue os universos de Transformers, Godzilla, G.I. Joe, Cloverfield e de toda linha de heróis japoneses como Spectreman (1971) e Ultraman (1972), corte alguns excessos, adicione narrativa de ação enlatada, insira efeitos especiais matadores, misture tudo e pronto! Você terá Círculo de Fogo como resultado. O filme de Guillermo del Toro é isso: um compêndio de tudo o que você já viu, mas com efeitos visuais mais incríveis, maior nitidez de imagem, volume mais alto e a tradicional superficialidade de personagens.

A história do filme é de Travis Beacham, um dos autores de Fúria de Titãs (2010) – o que, por si só, já explica muito. O roteiro dele e de Del Toro remete a animes nipônicos e centra fogo na invasão de monstros alienígenas gigantes por meio de um portal submarino no Pacífico. As criaturas são combatidas por robôs de 80 metros de altura controlados por dois pilotos conectados pela mente.

Com a guerra quase perdida pelos humanos, uma dupla improvável salvará o planeta. Raleigh Becket (Charlie Hunnam) é um piloto insubordinado e desacreditado, convocado para a batalha final por falta de opções. Mako Mori (Rinko Kikuchi) é uma novata qualificada, mas instável devido ao desejo de vingança fruto de um trauma do passado. Juntam-se a eles uma galeria de figuras-chavão, como o marechal linha dura, mas que no fundo é camarada, o piloto adversário de Becket que depois baixará a guarda, e os cientistas malucos que, no fim das contas, serão essenciais para a vitória.

Diálogos rasos enaltecendo as necessidades de união, superação e heroísmo, contaminados por algum humor voluntário, ajudam a achatar ainda mais os personagens. Nem o sentimentalismo barato consegue maquiar a falta de profundidade. Na verdade, apenas prejudica qualquer desenvolvimento consistente. Com tudo isso, melhor relaxar na cadeira e curtir as cenas de ação – se você conseguir. Apesar da excelente tecnologia (tudo parece real), a produção aposta tão alto na riqueza de detalhes, na velocidade das sequências e na movimentação frenética da câmera que a percepção visual do todo pode se tornar difícil em alguns momentos.

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é jornalista, doutorando em Comunicação e Informação. Pesquisador de cinema, semiótica da cultura e imaginário antropológico, atuou no Grupo RBS, no Portal Terra e na Editora Abril. É integrante da ACCIRS - Associação dos Críticos de Cinema do Rio Grande do Sul.
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