Crítica
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Sinopse
Anna é uma fotógrafa bem sucedida, que se divorciou recentemente. Ela conhece e seduz Dan, um aspirante a romancista que ganha a vida escrevendo obituários, mas se casa com Larry. Dan mantém um caso secreto com Anna mesmo após ela se casar e usa Alice, uma stripper, como musa inspiradora para ganhar confiança e tentar conquistar o amor de Anna.
Crítica
Alice ama Dan. Dan, apesar de apaixonado por Alice, se envolve com Anna. Esta aceita se casar com Larry, que ao descobrir do amante dela a abandona e cai nos braços de Alice, sozinha desde que Dan a deixou. Esta ciranda de relacionamentos e emoções, tão fortes quanto verdadeiros, compõe a trama de Closer: Perto Demais, uma obras tocante e, ao mesmo tempo, muito dolorosa. Injustamente desprezada na festa do Oscar (concorreu apenas nas categorias de Coadjuvantes, sem levar em nenhum dos casos), é um trabalho adulto e racional, digno do apreço de qualquer espectador que não se contente com conceitos rasos ou textos fugazes.
Adaptação para o cinema da peça teatral de Patrick Marber (já encenada com sucesso inclusive no Brasil, com Hector Babenco na direção e José Mayer, Renata Sorrah, Guta Stresser e Marco Ricca no elenco), Closer é um retrato cruel e sem concessões das relações amorosas no início deste século, em que o individualismo dita as regras com mais força do que qualquer outro sentimento. A ação se concentra exclusivamente na dança de cadeiras sexual e emocional entre os quatro protagonistas, desvelando cortinas e sombras sobre os motivos e razões que os levam às atitudes que os agraciam e, também, os condenam. Na há julgamento, no entanto, por parte do realizador, e sim apenas um olhar maduro a respeito do que leva uma pessoa a procurar outra, a querer ficar com outra, e, acima de tudo, a abandonar o ser amado em nome de outro prazer, outra aventura. A busca pela satisfação rápida cega os personagens com mais força que o carinho que há entre eles, estabelecendo uma seqüência de frustrações e descobertas que mais excitam do que acalmam.
O filme começa e termina com a imagem singela de Alice caminhando sozinha pela rua, misturada numa multidão de passantes. Esta ganha o rosto irresistível de Natalie Portman, num desempenho cativante. Figura central do enredo, tudo começa e termina com ela, com suas vontades e anseios. Curiosamente, é a única dos envolvidos a falar a verdade, e por isso sofre menos, uma vez que sua confiança em si própria é superior. Os demais jogam manobras e são manipulados, enquanto ela, de frágil, se sobressai como a mais forte.
Americana recém chegada em Londres, Alice apaixona-se por Dan (Jude Law, sincero e comovente, numa variação do galã que costuma personificar) após um acidente, e logo estão morando juntos. Ele é um escritor medíocre, e, numa sessão de fotos para a capa do livro que está prestes a lançar, conhece a fotógrafa Anna (Julia Roberts, na melhor performance de sua carreira, contida e emocional, desprovida dos habituais artifícios que a fazem uma estrela). A atração entre os dois é forte, mas nunca secreta. Numa coincidência provocada involuntariamente por Dan, ela conhece Larry (Clive Owen, feroz e másculo, de acordo com o que o papel exige), um médico por quem se enamora e com quem acaba casando.
Uma certeza em Closer: Perto Demais, no entanto, é que as separações não são para sempre, os ditos “eu te amo” não são absolutos, e o instante vale mais do que as promessas para o amanhã. E por isso a dinâmica entre os casais irá se alterar constantemente durante o desenrolar dessa história, num ciclo de mágoas e ressentimentos que só terá final quando um deles decidir abandonar suas vontades e, finalmente, começar a pensar no próximo.
Closer mostra o que acontece quando não conseguimos nos distanciar o suficiente das coisas para enxergá-las com maior clareza. É uma obra feita a partir de um olhar consciente e maduro, dirigida aos adultos responsáveis por suas ações, dispostos a deixarem o medo de lado. Assim, donos de uma coragem suficiente para verem dentro de si próprios , conseguirão abrir mão de suas restrições ao amor. É um enredo que aborda casais apaixonados, pessoas que machucam os sentimentos de outras e atitudes egoístas tão vitais quanto verdadeiras. É um filme absurdamente humano, um conceito mais amplo do que a complexa questão amorosa, e por isso mesmo muito mais interessante.
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Grade crítica
Crítico | Nota |
---|---|
Robledo Milani | 8 |
Francisco Carbone | 10 |
Marcelo Müller | 10 |
Diego Benevides | 9 |
Chico Fireman | 4 |
Bianca Zasso | 8 |
Matheus Bonez | 9 |
Thomas Boeira | 10 |
Cecilia Barroso | 10 |
MÉDIA | 8.7 |
Filme superestimado, talvez por causa do quarteto central, muito famoso, mas bastante deslocados e com Jude Law, na minha opinião, em sua pior interpretação de sua carreira. Clive Owens tb não está bem, mas era de se se esperar, pois ele cabe mais em papéis de ação do q em temas dramáticos. as duas atrizes apenas burocráticas, se destacando mais pela plástica do q pela interpretação. A história é um vai e vem interminável de troca-trocas de casais, com muita verborragia e pouco aproveitamento da beleza plástica das atrizes. Fala-se muito de sexo o tempo todo mas não mostra quase nada, podendo o filme até ser liberado para menores. A direção do ótimo Mike Nichols podia muito bem ser substituída por um.diretor mais medíocre, a sua ausência não faria falta. Com certeza a trama ficaria bem melhor num palco de teatro e aposto como Babenco deve ter feito uma peça melhor do q o filme.
Análise muito coerente! Uma obra, profunda e marcante.